A AUTORA RESPONSÁVEL POR NOS PRESENTEAR COM A SAGA CREPÚSCULO ESTÁ DE VOLTA EM MAIS UMA OBRA INSPIRADA EM SEU TRABALHO. Os vampiros e lobisomens foram substituídos por alienígenas da paz, mas a personagem principal também vive um complexo de identidade e se vê envolvida com dois jovens galantes. Ou seja, A Hospedeira não nega a sua origem, apesar de ser um filme superior aos estrelados por Robert Pattinson e Kristen Stewart.
A Terra foi invadida por uma raça iluminada decidida a impedir que os humanos continuem destruindo o planeta e a si mesmos. Poderia ser um motivo nobre se eles não ocupassem os corpos de toda a população mundial. Exceto para aqueles que crescem com transtornos por não terem nascido com olhos azuis, é uma péssima notícia e poucos conseguem escapar e formar uma “resistência” para salvar o planeta. Mel (Saoirse Ronan) era uma das pessoas que conseguiram escapar, mas acabou sendo capturada e obrigada a dividir o seu corpo com a simpática Peregrina, que vive um verdadeiro dilema moral entre ajudar os terráqueos ou permanecer ao lado de sua raça.
Ronan é uma atriz de qualidade inquestionável, como apresenta em um longo monólogo com a câmera fixa em seu rosto na conclusão do filme. Se não fosse por ela, A Hospedeira seria um completo chute no saco. Diane Kruger (Bastardos Inglórios) está medíocre como a fraca (e chata) vilã, e William Hurt (Marcas da Violência) dá o nível de respeito necessário para manter a casa em ordem na direção de Andrew Niccol, que já possui experiência no sci-fi (O Preço do Amanhã e Gattaca), mas não conseguiu repetir seu sucesso conduzindo uma trama mais jovem.
A Hospedeira é claramente voltado para o público adolescente desprovido de qualquer exigência crítica. Para quem não enxerga o cinema apenas como um mero entretenimento para dar uns beijos no escurinho, será complicado se manter sério diante alguns dos “inspirados” diálogos presente nos roteiro. O filme aborda o conflito de personalidade de uma jovem de uma maneira inusitada, colocando duas consciências em um único corpo. A situação acaba gerando uma pequena confusão quando cada uma delas se apaixona por um homem diferente. E aí, temos novamente o elemento do triângulo amoroso (tudo bem, eu sei que são quatro pessoas envolvidas). Meyer parece não se cansar de jogar suas heroínas em confusões românticas, embora desta vez seja menos entediante que em Crepúsculo.
O principal defeito de A Hospedeira é o quanto suas críticas são rasas e passam batido para os mais distraídos. Por trás das crises jovens sobre questões do corpo (“Você não me ama, você está atraído por este corpo”) e da dificuldade de escolher o parceiro ideal, existem baboseiras adolescentes para criticar a relação dos humanos com o planeta e até mesmo contra o capitalismo, já que todos os produtos são gratuitos no mercado e não possuem marcas. Seria o pesadelo dos publicitários.
Meyer declarou que pretende escrever mais dois volumes para a história de Mel e Peregrina. Não duvidem se o processo de escrita da autora acelerar de repente e uma continuação cinematográfica for anunciada para os próximos anos. Pessoalmente, acredito se tratar de um grande desperdício de câmeras e tempo, já que a história se encerra de maneira adequada
Nota:[duas]