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Demi Moore, o Oscar e a Máquina de Moer Mulheres: Hollywood Continua um Nojo

Ah, Hollywood, essa fábrica de sonhos… e de pesadelos para qualquer mulher que ousa passar dos 40 anos com dignidade. Demi Moore, nossa heroína dos anos 80 e 90, fez um filme sobre a objetificação e descarte do corpo feminino – e, ironicamente, foi descartada pelo próprio sistema na cerimônia do Oscar. O prêmio foi para uma jovem atriz que interpretou uma prostituta em Anora, porque, claro, Hollywood adora mulheres sexualizadas… desde que sejam novinhas.

Se essa não é a mais perfeita definição de cinismo, eu não sei o que é.

O Ciclo da Juventude de Hollywood: Use, Abuse e Jogue Fora

A indústria do cinema tem um modus operandi tão previsível que daria para programar uma IA para prever os próximos dez anos de premiações. Funciona assim:

  1. Pegue uma atriz jovem e talentosa.
  2. Transforme-a na “queridinha do momento”.
  3. Coloque-a para atuar em papéis que envolvem sofrimento e/ou prostituição (Hollywood A-DO-RA sexualizar o sofrimento feminino).
  4. Dê-lhe um Oscar ou, no mínimo, uma indicação.
  5. Assim que ela atingir os 35 anos, rebaixe-a para papéis de mãe, tia, ou “a mulher que precisa de um homem mais jovem para encontrar a felicidade”.
  6. Troque-a por outra jovem e comece tudo de novo.

Demi Moore já passou por esse ciclo nos anos 90. Ela estrelou Striptease e Proposta Indecente, foi massacrada, humilhada e descartada como se a própria Hollywood não tivesse dado luz verde para esses filmes. Agora, décadas depois, ela volta com um papel que ESCANCARA essa palhaçada toda e, surpresa!, a indústria a usa como token para mostrar que “valoriza mulheres maduras” – mas, na hora do prêmio, dão o Oscar para a novata do momento.

Que conveniente.

Demi Moore e a Maldição de Ser Uma Mulher Com Passado

Sabe o que é ainda mais hipócrita? O fato de que Demi Moore interpretou uma stripper nos anos 90 e foi execrada, mas hoje uma atriz pode interpretar uma prostituta e ser premiada. Ou seja, se você realmente viveu a experiência da humilhação pública e sobreviveu para contar a história, Hollywood te rejeita. Mas se você apenas brinca de ser vítima em um roteiro bem escrito, o Oscar vem embrulhado com um laço dourado.

É a diferença entre pagar um preço real e apenas fazer cosplay de sofrimento.

E é aí que o machismo hollywoodiano mostra sua verdadeira face: quando Demi Moore fez Striptease, ela não estava apenas atuando, estava enfrentando uma sociedade que AMA julgar mulheres que exploram a própria sexualidade. Já a atriz de Anora? Pode fazer o mesmo papel, mas sem consequências, porque ela ainda é jovem o suficiente para ser perdoada por “errar”. O problema nunca foi a profissão da personagem. O problema é o prazo de validade da atriz.

O Oscar Ainda é Relevante? Só se Você For um Homem Enrugado

O Oscar adora premiar homens que se reinventam. Um ator pode passar anos sendo um galã, engordar, perder cabelo, interpretar um alcoólatra deprimido e BOOM: Oscar garantido. Lembra do Matthew McConaughey? Passou décadas fazendo comédias românticas, depois perdeu peso, fez um filme sobre AIDS e virou gênio da atuação da noite para o dia.

Agora tente lembrar a última vez que uma atriz recebeu o mesmo tratamento.

Pois é.

Mulheres não podem “se reinventar” em Hollywood. Elas podem ser jovens e desejáveis, ou podem desaparecer. Demi Moore ousou voltar e brigar pelo seu espaço – e o Oscar deu um tapa na cara dela. Porque, sejamos sinceros, a Academia ainda é composta por velhos brancos que acham que mulheres passam da data de validade mais rápido que leite fora da geladeira.

Hollywood é um Grande Reality Show de Machismo

A derrota de Demi Moore não é só sobre um Oscar. É um lembrete de que Hollywood continua sendo um clube do bolinha, onde mulheres são medidas pelo frescor da pele e não pelo talento. Demi Moore entregou um papel que, décadas atrás, poderia ter sido aclamado. Mas ela já passou da “fase desejável” da carreira, então só pode ser celebrada até certo ponto – nunca o suficiente para ganhar.

Enquanto isso, a jovem atriz de Anora entra para a lista de estrelas que, daqui a alguns anos, serão substituídas por versões mais novas delas mesmas. É um ciclo ridículo e previsível, mas que Hollywood finge ser progresso.

E quer saber? Demi Moore não precisa do Oscar. O Oscar é que precisa se reinventar, porque essa fórmula já deu.