Para os apaixonados por alta velocidade que não suportam filmes com excesso de testosterona como Velozes e Furiosos, talvez a melhor opção ainda seja rever (ou assistir pela primeira vez) o encontro de Nicolas Cage e Angelina Jolie em 60 Segundos. O longa dirigido por Dominic Sena (responsável pelo fraco Terror na Antártica) ainda conta com Robert Duvall e Giovanni Ribisi no elenco. Claro que quando Angelina entra em cena, ninguém mais presta atenção em quem são os coadjuvantes…
No começo dos anos 2000, não existia mulher mais bonita que Angelina Jolie. Polêmica, quente, talentosa e com os lábios mais desejados do planeta, Jolie despontava como uma das maiores atrizes da atualidade. Vencedora do Oscar de atriz coadjuvante por seu papel em Garota, Interrompida , a bela tinha Hollywood nas mãos. Depois de provado o talento e a sua capacidade de mergulhar em papéis realmente exigentes (o que provou recentemente em A Troca), a atriz aceitou interpretar uma personagem que só demonstra atitude em caras e bocas sensuais (que na época, me fizeram morrer de amores por ela e ter preferência por meninas com lábios carnudos) para o herói, vivido por Nicolas Cage. Apesar da ausência de esforço intelectual, é com Sway que Angelina começa a jorrar o seu potencial sexual pelas cenas. Jolie é eficaz e com poucas chances de mostrar serviço com o roteiro, faz um trabalho de atuação corporal que deixa no chinelo qualquer “musa” da franquia Velozes e Furiosos.
Com a presença de Angelina, fica até mais fácil digerir a história de um grupo de ladrões que tem menos de três dias para roubar 50 carros raros espalhados pela cidade. Sabem aquele filme que a gente sabe que não é bom, mas que gostamos de assistir apenas para tentar relembrar como era nossa vida, os nossos pensamentos da época? Assim que me sinto quando assisto 60 Segundos. Esperei para rever com a nossa revisora Bella, mas acabou que não deu para ficar esperando mais tempo. Infelizmente, já que ela é uma fã de carros e da Angelina Jolie. Certamente iria se divertir com a história, que tem bem menos ação do que eu me lembrava. O ritmo do filme é lento e as coisas vão acontecendo de uma forma que demora a empolgar.
Bom mesmo é relembrar da trilha sonora. “Stop The Rock” do Apollo 440 era uma das músicas que eu mais ouvia durante o começo da década. Outras bandas como o Chemical Brothers, Moby, Ice Cube, os sensacionais caras do Gomez também merecem o destaque, mas um dos motivos do filme ser um dos meus trabalhos favoritos de Jolie, é justamente a canção tema. “Painted in my Heart” do The Cult é uma das músicas sobre fins de relacionamentos mais depressivas de todos os tempos. Vale a pena ouvir.
Cinema descompromissado, quase que politicamente correto (os personagens são caricatos e o roteiro previsível. Quem é que ia querer prender o Nicolas Cage?) 60 Segundos é um dos filmes (quase) indispensáveis dos anos 2000 e faz parte de uma lista de produções que foram marcantes. São 3 caipirinhas e a indicação de uma boa opção para se distrair.