Os nossos livros favoritos da série Harry Potter

A série Harry Potter marcou a vida de muita gente, não é verdade? Conheça os livros favoritos da equipe do Cinema de Buteco e dos nossos convidados! Aproveite para compartilhar com a gente qual livro você gosta mais!

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Harry Potter é, sem sombra de dúvidas, um divisor de águas na literatura fantástica e jovem-adulta (Y.A) mundial. Ao reavivar o gênero no mercado literário, a série trouxe a reboque um nicho de infinitas possibilidades editoriais – basta ver a sucessão de séries com temas fantásticos, sobrenaturais e congêneres que pipocou no início dos anos 2000, com ecos até mesmo em autores brasileiros. Por conseguinte, o mesmo efeito ribombou e foi dar na ensolarada meca Hollywoodiana, gerando uma das mais lucrativas e lançadoras de tendências franquias cinematográficas até então.

Harry Potter possui elementos de identificação muito fortes, já que sua força de herói em saga se constrói com elementos arquetípicos clássicos: há a perda fundadora que desenrola toda a trama; há o mentor e o nêmesis maior; há os parceiros inseparáveis e o antagonista menor; há o anti-herói – que a princípio soa como vilão relutante e que ao fim é remido; há a missão que se complexibiliza ao longo da saga ; há a queda do herói, uma crucial identificação com o nêmesis e a redenção, num fechamento perfeito de ciclo.

Tudo isso acontece durante a fase de maior ebulição hormonal, de conflitos pessoais e desenvolvimento/consolidação de personalidade de um homo-sapiens (mágico ou não) – os anos (incríveis) da pré-puberdade e adolescência – tendo como cenário a escola mais fabulosa de todos os tempos. (‘Hogwarts, onde está minha carta’ é uma pergunta legítima e real que muitas pessoas fizeram e fazem até hoje. É sério. Tem uma pesquisa (minha) sobre isso. Dados estatísticos – para mais ou para menos – são fornecidos sob demanda). E isso tudo, amigos, é um resumo muito aquém da real dimensão desta obra.

Em cada tomo da série é perceptível a mão habilidosa de Joanne Rowling desenhado com maestria um universo que sorve de várias fontes mitológicas (nórdica, greco-romana, céltica) e de episódios mercantes da história da humanidade (ascensão do fascismo e as implicações das ideias de supremacia de raça, eugenia, luta de classes – para citar apenas o mais notório fato), e que cresce em complexidade à medida que o tempo passa para o próprio protagonista. No topo de tudo, JK (que só adotou esse nome de pena devido ao machismo do mundo literário e dos leitores de fantasia, veja só) imprimiu aqui e ali alguns detalhes psicológicos de sua própria história de vida (extraordinária em si mesma) na de seu filho-alterego-personagem.

Com tanta realidade colidindo com a fantasia, Rowling cria um mundo que se ergue universal em sua singularidade. Ser transportado para ele é mais simples que usar pó de flu ou aparatar, porque as personagens que vemos crescer se tornam próximas como amigos de infância, como os vizinhos do prédio, ou os colegas da escola. Inclusive aquele garotinho tímido, estranho e meio deslocado da sala.

Estando suspenso entre dois mundos, sem se sentir efetivamente parte de nenhum, Harry Thiago (Oh, traduttore traditore) Potter é ordinário em seu ser especial, posto que (quase) nunca se sentiu ou portou de fato como tal. Ele vive a história conforme ela lhe é narrada e, apesar de fazer o que tem de fazer (always getting by with a little help from his friends), parece seguir o script sempre com aquela sensação de “não é comigo isso, é?”. E, sejamos francos, quem nunca? É um algo demasiadamente humano que ressoa facilmente no mais desatendo leitor-telespectador.

Naturalmente, não seria diferente numa redação de consumidores vorazes de entretenimento e cultura pop. Confira abaixo como eu (Selhe Moreira) e outros membros do CdB experimentamos nosso momento de proximidade com a saga do menino que sobreviveu:

Lançado em 2003, A Ordem da Fênix é o marco da profunda mudança no tom narrativo da história de Harry Potter. Vindo três anos depois de seu antecessor, ele é fruto de um período de muita pressão sobre a autora – que a esta altura estava preferindo perder um braço a escrever, tamanha a expectativa gerada no público (e por conseguinte, na editora) pelo cliffhanger gigantesco deixado com o retorno daquele que não deve ser nomeado.

Saem as cores, as festas e os coloridos das descobertas mágicas da inocência infantil, entram o ápice da fase das angústias adolescente para temperar o ambiente pesado da politicagem suja, o jogo de poder e de classes, e o retorno de um discurso de tons fascistas que traveste de preservação da tradição, da verdadeira magia e dos verdadeiros bruxos. A densidade densidade descritiva do livro não deixa dúvidas de que mesmo o mundo cheio de magia tem seus tempos de escuridão, e mesmo crianças mágicas precisam crescer (às vezes forçosamente). Neste livro acontece uma das mais dolorosas e estúpidas mortes de toda saga. Mas rolam alguns alívios cômicos e um leve romance porque, afinal, é vida que segue.

Se àquela época as inúmeras referências históricas conferiam um sombrio tom de realidade, inúmeras, na atual conjuntura político-econômica mundial, o quinto livro da série soa premonitório.

Some-se a isso um momento de vida pessoal importante reverberando o espírito armada de Dumbledore e temos o nosso cenário para que “O Prisioneiro de Askaban” perdesse seu trono de favorito em minha potterhead. E heart. #Somostodostrouxas. (Selhe Moreira)

 

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Harry Potter e o Enigma do Príncipe conquistou o meu coração e tirou O Prisioneiro de Azkaban do topo da minha preferência (aliás, o terceiro volume ainda perderia posições para A Câmara Secreta e Relíquias da Morte com o passar dos anos e de novas leituras). Conhecer um pouco mais das origens de Voldemort, descobrir sobre as horcruxes, e, porra, a morte de Dumbledore pelas mãos de Snape são alguns dos detalhes que tornam esse livro memorável e o ponto mais alto da série. (Tullio Dias)

capa-harry-potter-e-o-enigma-do-principeVou começar dizendo que cada vez que você me perguntar qual o meu livro preferido da série, eu direi uma resposta diferente. Hoje, é O Enigma do Príncipe. Uma das coisas que eu mais gosto na ficção, é quando eles conseguem sair da dicotomia mocinho/vilão, porque a realidade é assim, ninguém é totalmente mau ou totalmente bom. E esse livro faz isso muito bem. Primeiro com o Draco, vemos ele lidando com as suas inseguranças, fraquezas, medos. A cena do banheiro, onde o Harry o ataca, é muito forte e bem escrita. E depois com o Voldemort, a Rowling usa a estratégia – bem-sucedida – de mostrar como a história dele é parecida com a do Harry em muitos pontos, mas distoa em outros pontos bem importantes, que determinaram as escolhas que eles fizeram, e que levaram eles a estarem em posições bem distintas. Eu acho muito interessante quando podemos fazer esse tipo de comparação em uma história, pensar o que levou o personagem a trilhar o caminho dele. E eu acho muito profunda a história da mãe do Voldemort. Toda a história da poção do amor é muito interessante, a gente começa achando que é algo divertido, e que pode causar umas confusões ali entre os alunos de Hogwarts, e depois entende o que o Slughorn quis dizer quando disse que aquela era uma das poções mais perigosas do mundo bruxo. É uma das especialidades da Rowling, nenhum detalhe está ali atoa. E também é o livro que vemos o trio, Harry, Ron e Hermione com seus hormônios a flor da pele, e mesmo com tudo de terrível que está acontecendo, podemos ver eles sendo adolescentes e lidando com as primeiras paixões e corações partidos. É o livro que nos prepara para o último, que deixou todo mundo eletrizado e desesperado para saber como o Harry iria lidar com as horcruxes, e em choque com a morte do Dumbledore – mais spoiler da história do mundo trouxa. Agora estou morrendo de vontade de reler! Esse livro é definitivamente muito bom! (Mariana Arantes)

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É muito difícil ter que escolher apenas um livro da saga, uma vez que todos são fantásticos, mas eu acho que vou ficar com O Cálice de Fogo. Por todo o lance da ligação entre as escolas no Torneio Tribruxo, os dragões (quem não ama?) e, claro, pelo renascimento do Lord das Trevas. Acho que toda a história desse livro foi fundamental para a transição menino-homem no Harry. (Rafael Façanha, do site Walking Dead Brasil)

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Conheci Harry Potter quando o primeiro filme foi lançado. Assisti com muita curiosidade e fiquei apaixonada por tudo, então ler os (quatro) livros lançados até aquele momento se tornou a minha obsessão. Adorei os dois primeiros, mas O Prisioneiro de Azakaban foi o primeiro a ter uma narrativa diferente, mais sombria, e um suspense até o fim. As descobertas sobre personagens envolvidos com os pais de Harry são um deleite para quem está curtindo descobrir o mundo bruxo aos poucos, além de emocionante. (Graciela Paciência)

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Como escolher um favorito entre os meus favoritos? Não quero e não posso. Não quero deixar de fora nenhum dos livros, pois em cada um destes livros pude viver intensamente a magia que só uma boa leitura proporciona.Cada um deles te mostra o mundo de uma nova maneira, seja descobrindo que é bruxo e viajando num trem, que o tempo pode te assombrar, que as aparências enganam, que coragem é essencial, batalhas sempre hão de vir, as amizades te levam a qualquer lugar, te fazem ser mais forte, feliz. Todos eles te trazem uma lição ou duas, e que podem se repetir em alguns, apenas para que você possa entender que o amor tudo vence, que amizade e lealdade te levam a lugares e vitórias. Aprendi que sou bruxa, ainda espero minha carta, que não tem idade e que nunca, nunca duvide da magia do amor, da amizade e da imaginação. (Nágira Batista)