Aproveitamos a notícia do lançamento da continuação da série “O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares” pela editora Intrínseca, para falarmos um pouco sobre o primeiro volume da série. Essa aventura infanto-juvenil mescla ficção e fotografias de um jeito imersivo, dando cara aos personagens e vida aos locais em que a historia se passa, tornando a história ainda mais enriquecedora e envolvente.
O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares narra a vida de Jacob, um adolescente que cresceu ouvindo histórias fantasiosas do seu avô sobre a sua infância em uma ilha na costa do País de Gales. O tempo passou e o neto deixou de acreditar nas ‘bobagens’ que o velho contava, até que um dia Jacob recebe uma ligação de seu avô perguntando sobre a chave de seu armário de armas. Percebendo o desespero na voz do avô, Jacob resolve ir até ele, mas acaba encontrando apenas seu corpo estirado no chão com sinais de terríveis cortes. Antes de morrer, seu avô passou-lhe algumas instruções – aparentemente sem sentido – sendo uma delas: encontre a Ave. Para piorar a situação, Jacob tem a sensação de ter visto um monstro, com tentáculos no lugar da boca. Ao tentar contar para os familiares o que presenciou, acaba sendo taxado de louco e acham que se deve ao fato do mesmo ter passado por uma situação traumática.
Para tentar se recuperar e aceitar o fato de que tudo fora sua imaginação, Jacob decide viajar junto com seu pai para a ilha de Cairnholm e se depara com um pedaço de terra modesto e de poucos habitantes. No desespero, nosso protagonista percorre toda a ilha até se deparar com o palco das histórias que seu avô contava: as ruínas do antigo orfanato em que ele cresceu. Enquanto Jacob explora os quartos e corredores abandonados, percebe que as crianças que viveram no orfanato são muito mais do que simplesmente peculiares: elas podem ter sido perigosas e confinadas na ilha deserta por um bom motivo… E, de algum modo, por mais impossível que pareça, ainda podem estar vivas.
“Achei que estivesse sonhando. Queria responder, mas eu estava tão completamente congelado que parecia preso. […] Então uma lanterna surgiu viva lá em cima, e estiquei o pescoço para ver meia dúzia de garotos ajoelhados em volta das mandíbulas recortadas no chão quebrado, olhando para baixo.
De algum modo, eu os reconheci, mas não sabia de onde eles eram, como se fossem rostos de um sonho de que não nos lembramos direito. Onde será que eu os vira antes? E como eles sabiam o nome do meu avô?
Então eu entendi. As roupas deles eram estranhas mesmo para o País de Gales. Tinham rostos sérios e pálidos. Os retratos espalhados no chão ao meu redor olhavam para mim do mesmo modo que os garotos lá em cima. De repente eu compreendi.
Eu os vira nas fotografias.”
Assim como Asylum, O Orfanato da Srta Peregrine não é de perto um terror como você pode imaginar, mas, uma deliciosa fantasia que te faz lembrar Harry Potter e outras séries juvenis que envolvem magia e misticismo. Os pequenos toques de suspense criados pelo autor deixam a narrativa bastante envolvente, afinal, quem não gosta de uma história com personagens peculiares e viagem no tempo? Sim! O livro se passa no “presente” e no dia 3 de Setembro de 1940, com personagens cativantes e vilões bem construídos. O sucesso de O Orfanato da Srta Peregrine para crianças peculiares foi tão grande lá fora, que a 20th Century Fox se encarregou de adaptar a obra literária para o cinema. Com direção de Tim Burton e Eva Green, Samuel L. Jackson e Asa Butterfiel no elenco, a franquia tem tudo para ser um grande sucesso! O filme estreia 29 de setembro. Confira o trailer:
Conheça o segundo volume da série:
Neste segundo livro, o grupo de peculiares precisa deter um exército de monstros terríveis, e a srta. Peregrine, única pessoa que pode ajudá-los, está presa no corpo de uma ave. Jacob e seus novos amigos partem rumo a Londres, cidade onde os peculiares se concentram. Eles têm a esperança de, lá, encontrar uma cura para a amada srta. Peregrine, mas, na cidade devastada pela guerra, surpresas ameaçadoras estão à espreita em cada esquina. E, além de levar as crianças a um lugar seguro, Jacob terá que tomar uma decisão importante quanto a seu amor por Emma, uma das peculiares.
Telecinesia e viagens no tempo, ciganos e atrações de circo, malignos seres invisíveis e um desfile de animais inusitados, além de uma inédita coleção de fotografias de época – tudo isso se combina para fazer de Cidade dos etéreos uma história de fantasia comovente, uma experiência de leitura única e impactante.
Confira nossa resenha do segundo volume da série clicando aqui.
Sobre o autor:
Ransom Riggs cresceu na Flórida, mas agora reside na terra das crianças peculiares, Los Angeles. Ao longo da vida, formou-se no Kenyon College e na Escola de Cinema e TV da Universidade do Sul da Califórnia, além de fazer alguns curtas-metragens premiados. Nas horas vagas é blogueiro e repórter especializado em viagens, e sua série de ensaios de viagem, Strange Geographies, pode ser lida em ransomriggs.com.