Review Jason X: Alguém pensou que seria uma boa ideia levar Sexta-feira 13 para o futuro…

TEM QUEM ACHE FÁCIL GOSTAR DE FILMES DE TERROR. Algo sobre o suspense, o sangue, a violência e até mesmo um certo sadismo em torcer para que o assassino consiga matar o maior número de adolescentes tarados possível. Na mesma proporção existem aquelas pessoas que odeiam completamente o gênero, especialmente quando se trata de slashers movies, como é o caso da coleção estrelada pelo ícone Jason Voorhees.

Os filmes do assassino Jason viraram piada com o passar dos anos, o que dividiu a preferência dos fãs. O fundo do poço foi o bizonho (na falta de uma palavra melhor para descrever tudo que acontece na tela durante os 80, 90 minutos de duração do longa-metragem) Jason X, de James Isaac. Como um fã dos filmes slashers, admito que Jason nunca foi dos meus favoritos (o sujeito é um bunda mole horroroso e com um atraso mental que o tornou a mistura de Norman Bates com uma versão esportista do Homem Elefante, de David Lynch, mas sempre foi um personagem que conseguiu manter um certo nível de decência até o lançamento de Jason X.

Como é que você pode encarar um filme de terror que acaba arrancando mais risadas do que sustos do público? Evidente que produções inteligentes sabem das suas limitações e seria uma grande ingenuidade desacreditar que os responsáveis por Jason X foram toscos inconscientemente e fizeram o chamado humor involuntário. Um exemplo disso é que seria impossível uma pessoa séria observar o Jason prendendo uma peituda qualquer dentro de um saco de dormir e a usando como arma letal para bater na outra garota que tentava dormir sossegada. Ou ainda, as cenas de luta de Jason com uma andróide sósia paraguaia de Jessica Chastain. Ainda podemos lembrar do Jason sendo congelado, parando mais de 400 anos no futuro, morrendo e virando um super monstro invencível e que faria o Alien, O Oitavo Passageiro passar por maus bocados. Na verdade, o visual do Jason X até lembra bastante os Predadores.

Uma produção fraca, com efeitos especiais dignos de transformar Uma Noite Alucinante em filme com assinatura de James Cameron, uma trilha sonora medíocre, jovens nada sensuais em atuações medíocres, Jason X foi responsável por abalar profundamente as estruturas do personagem no cinema e forçar uma releitura de todo esse universo, que nos anos 80 parecia tão promissor. Talvez Jason X seja um daqueles tipos de guilty pleasures indefensáveis e que você simplesmente precisa ver e rever sempre que tiver a oportunidade.

 

Texto de 2017