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ESTA FOI MINHA PRIMEIRA CABINE. Vi este mesmo filme há exatos 13 anos, no cinema, com o primo que me apresentou a trilogia antiga e que é um tarado no universo Guerra nas Estrelas.
No episódio quatro da quarta temporada de The Big Bang Theory (The Hot Troll Deviation), Sheldon diz: “Bem, se nós vivêssemos num mundo onde xenônios de lenta movimentação produzissem luz, então você estaria correto. Também porcos voariam, meu traseiro produziria algodão-doce e A Ameaça Fantasma seria um clássico atemporal”. Dito isso, afirmo que concordo com o digníssimo Sheldon Cooper e que não acho este o melhor dos filmes da série. Não é ruim mas também não é bom. Pelo menos é o que eu acho, e isso não me impede de gostar dele mesmo assim. Tenho uma história com Guerra nas Estrelas, graças ao meu primo, e há cenas nele que realmente me tocam o coração (Darth Vader criancinha, Qui-Gon, jovem Obi-Wan, a corrida de pods…). A música de John Williams é indescritível em palavras, a mitologia criada por George Lucas é fenomenal e este episódio possui um dos pôsteres mais bonitos que já vi, que mostra Anakin em Tatooine já com a sombra do homem mais temido das galáxias.
Como o trajeto para o cinema foi demorado graças ao maravilhoso trânsito belorizontino, tive tempo para pensar e divaguei sobre a história do cinema; Méliès e suas descobertas acidentais; o advento do áudio no cinema; depois as cores, depois as várias outras descobertas que fazem o cinema ser essa maravilha que sempre foi, independente da qualidade da técnica utilizada. É mesmo uma maravilha, não é? Ver o registro do que os nossos olhos enxergam gravado para sempre, reproduzir a nossa memória… O ser humano faz coisas realmente incríveis sejam elas belas ou não. Chegaremos a um ponto em que os filmes reproduzirão as imagens de maneira que possamos interagir com elas? Até quantas dimensões somos capazes de chegar? Eu não sei. Mas sei que a possibilidade mesmo que virtual de projeções “saírem” da tela é realmente incrível.
Também posso dizer que mesmo pensando isso do 3D – pensando que é um marco tecnológico – acho que têm seu ônus. Esse tipo de tecnologia complica um pouco a mente. O número de informações aumenta e muitas vezes, se não desvia o foco de uma história interessante, desvia de histórias desinteressantes. Avatar, por exemplo, é uma obra com uma história clichê e que fez o sucesso que fez pelo domínio da técnica. Muitos vão divergir quanto à qualidade do enredo, mas a realização dos efeitos especiais é fantástica. Teria sido o sucesso que foi sem os efeitos 3D? Creio que não. Avatar é uma história segura, comercial e simples que no final funcionou justamente pelo o que eu disse acima sobre a complexidade das informações num filme desse tipo e que mesmo assim nos dava muito o que observar e refletir. É, reduzido em poucos termos, um feliz modelo de exibição da então nova tecnologia.
Elementos químicos e James Cameron à parte, e após assistir o filme, eu vos digo: a história é a mesma, e o visual também. O problema de converter um filme em tecnologia 3D é que, na verdade, ele não será 3D. Ele pode chegar perto disso em algumas cenas, mas nem nelas o efeito será real. Tudo isso devido ao erro primordial: o longa não foi filmado com as devidas tecnologias para isso, mas sim tratado num processo de pós-produção; ou seja, depois que o filme já foi feito. Nas cenas feitas em telas verde e azul a conversão é mais convincente, porém de um modo geral poucas cenas contrastam da versão original de 1999. Hollywood tem essa mania de agora querer converter tudo quanto há na nova tecnologia sabendo que não adianta e que pode prejudicar a reputação do cinema. Sou contra conversões, e por mais que saiba que tudo é dinheiro não consigo aceitar a ideia de que as pessoas preferem se fazer de bobas e mancharem seus filmes a mantê-los obsoletamente bons. EVOLUÇÃO NÃO É SINÔNIMO DE MELHORA.
Vão ao cinema e vejam por seus próprios olhos. Talvez num futuro próximo a conversão possa fazer o mesmo que a filmagem 3D faz. Atualmente, isso não é possível. Paciência, seguidores de Yoda… e que a Força esteja com todos nós, porque Hollywood certamente não está.
Título original: Star Wars: Episode I – The Phantom Menace 3D
Direção: George Lucas
Produção: George Lucas
Rick McCallum
Roteiro: George Lucas
Elenco: Liam Neeson
Ewan McGregor
Natalie Portman
Jake Lloyd
Ian McDiarmid
Samuel L. Jackson
Pernilla August
Anthony Daniels
Frank Oz
Keira Knightley
Lançamento: 2012
Nota: