Missão: Impossível – Protocolo Fantasma

QUANDO EU PENSO EM MISSÃO: IMPOSSÍVEL, lembro de Brian De Palma comandando um thriller de espionagem de tirar o fôlego em 1996. Era a mistura perfeita de suspense, espionagem, humor e tudo isso com uma bela dosagem de ação (como não lembrar da sequência final dentro de um túnel?) improvável. Nunca assisti ao seriado clássico e a minha idéia sobre a franquia estava focada no Tom Cruise, no jogo de videogame para o Nintendo 64 e na regravação que integrantes do U2 fizeram do famoso (e grudento) tema.

Os dois filmes que vieram em seguida abandonaram o lado da espionagem e passaram a ser repetições das fórmulas usadas no primeiro filme, além de deixar de lado o clima de filme de espião do longa-metragem original. A ação passou a ser o ingrediente principal de Missão: Impossível, coisa que me deixou um tanto frustrado. O quarto exemplar da série é uma grata surpresa, embora tenha seus momentos de remake de tudo que Ethan Hunt (Cruise) já fez nos filmes anteriores.

Protocolo Fantasma consegue superar as duas continuações e diverte tanto quanto o filme original, embora esteja anos luz de distância, no que se diz respeito à qualidade técnica de seus diretores. Brad Bird até consegue se virar bem com atores de carne e osso (antes ele havia comandado Os Incríveis e Ratatouille), mas não tem nada da sofisticação e visão de De Palma. Mesmo John Woo merece a devida atenção pelas cenas de ação (e pombos) criadas para Missão: Impossível 2. Independente de reciclar momentos vistos antes (Jeremy Renner passa por uma situação quase tão tensa quanto Cruise passou no primeiro filme), Bird é competente o suficiente para comandar um filme divertido e que não tem o menor pudor em ser non sense e absurdo.

O filme começa com Hunt numa prisão russa e protagonizando uma fuga eletrizante. Desde o começo é possível sacar o foco cômico do roteiro, aliás, só de contar com o divertido Simon Pegg  já dá para imaginar o teor das piadinhas infâmes. Após a fuga, Hunt precisa limpar a barra da sua agência de espionagem (algo que nunca aconteceu antes, né?) e junto de sua equipe, parte em busca de um perigoso terrorista. Eles vão parar no Burj Khalifa, em Dubai, também conhecido com o prédio mais alto do mundo (828 metros), onde acontecem alguns dos principais momentos da produção.

Além de Cruise, Renner e Pegg, o elenco ainda conta com participações de Josh Holloway (da série Lost), Anil Kapoor (o apresentador de Slumdog Milionaire), Michael Nyqvist (como o vilão) e das beldades responsáveis pelo efeito colírio da vez: Paula Patton e Lá Seydoux, que seria bem vinda aqui em casa na hora que quisesse. Não sei quanto a vocês, mas filmes de espionagens precisam de suAs femme fatales bem mais que das wannabe bond girls, que é o caso da personagem de Patton. Para o deleite masculino (e feminino também, claro), as duas protagonizam uma sequência de luta (com direito a roupas rasgadas) bem interessante.

Divertido e despretensioso, Missão: Impossível – Protocolo Fantasma deixa as portas abertas para várias outras sequências. O grande ponto negativo é ausência de Luther (Ving Rhames) durante toda a ação. Espero que o personagem retorne nos próximos filmes da franquia. 

 

Título original: Mission: Impossible – Ghost Protocol
Direção: Brad Bird
Produção: Tom Cruise (Vanilla Sky)
J. J. Abrams (Super 8)
Bryan Burk
Roteiro: André Nemec
Josh Appelbaum
Elenco: Tom Cruise (Encontro Explosivo)
Jeremy Renner (Guerra ao Terror)
Simon Pegg (Todo Mundo Quase Morto)
Paula Patton (Preciosa)
Lançamemto: 21.Dez.2011
Nota: