Jack Nicholson disse não e acabou com o filme de Tom Cruise Cruise

Quando Tom Cruise decide que você é a peça-chave do novo projeto dele, o normal seria largar tudo, aceitar e agradecer com um sorriso colgate. Afinal, estamos falando do cara que pilotou caças, escalou arranha-céus e, basicamente, desafiou a Morte com um contrato vitalício com a Cientologia.

Mas não foi o caso de Jack Nicholson, que respondeu ao convite com um sonoro “me deixa em paz, garoto”. Segundo o The Hollywood Reporter, Cruise tentou convencer o veterano ator a sair da aposentadoria para estrelar El Presidente, uma comédia de ação com cheiro de dinamite criativa e gosto duvidoso.

A ideia era simples: Cruise seria um agente do Serviço Secreto encarregado de proteger um ex-presidente considerado o pior da história americana. Adivinha quem interpretaria esse boçal carismático? Isso mesmo, o próprio Diabo da Comédia: Jack Nicholson. Um político beberrão, mulherengo e completamente inapto, que só chegou ao cargo porque o presidente anterior bateu as botas.

Sim, soa como uma mistura entre Os Simpsons, House of Cards e um episódio censurado de South Park.


O elenco dos sonhos que virou pesadelo

O projeto reuniria uma equipe de roteiristas que faria qualquer estúdio salivar: Jesse Armstrong (Succession), Dan Goor (Brooklyn Nine-Nine), e Paul Attanasio (Donnie Brasco). A direção ficaria nas mãos de Doug Liman (A Identidade Bourne), e o produto final prometia ser um buddy movie regado a piadas ácidas, explosões e, claro, Tom Cruise correndo.

Só tinha um problema: Nicholson já estava aposentado, sentado no sofá, possivelmente com uma cerveja na mão e um Oscar do lado. O ator, que há anos decidiu que já tinha feito tudo que precisava, incluindo ganhar três Oscars e sobreviver a Como Você Sabe (aquele filme que nem o algoritmo da Netflix recomenda), não viu motivos para voltar.

Cruise até foi à casa dele, levou Doug Liman a tiracolo, talvez com um bolo, flores e um PowerPoint explicando por que El Presidente seria genial. Jack agradeceu, bocejou, e voltou pra sua vida de lenda aposentada — provavelmente achando que o roteiro parecia um delírio coletivo escrito durante uma noite de tequila vencida.


Tom Cruise pode correr de tudo, menos da rejeição

O mais impressionante? Cruise não quis seguir sem Jack. Ele teria dito: “Ou é com ele, ou nada feito.” E manteve a palavra. Nada foi feito. El Presidente evaporou do mapa sem nem passar da fase PowerPoint.

O filme que prometia ser uma ode à insanidade política e ao talento exagerado de dois dos maiores astros de Hollywood virou apenas uma nota de rodapé na biografia de Cruise. E uma lembrança de que, às vezes, nem a estrela mais incandescente consegue iluminar o caminho até um sim.

No final das contas, foi Jack quem teve a última palavra. E, diferente de Questão de Honra, desta vez Tom Cruise aguentou a verdade. Sem drama de tribunal, sem tapa na mesa, só silêncio e a aposentadoria mais bem mantida de Hollywood.