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Bill Maher revive debate sobre ‘cancel culture’ e aponta impacto no Oscar 2025

Se tem alguém que nunca perde a chance de cutucar Hollywood, esse alguém é Bill Maher. Durante uma conversa com o escritor David Sedaris no Real Time with Bill Maher da última sexta-feira, o apresentador garantiu que a ‘cancel culture’ não apenas existe, como influenciou diretamente os resultados do Oscar 2025. E a prova disso, segundo ele? A queda de Emilia Pérez na corrida pelo prêmio máximo.

Karla Sofía Gascón e a ‘autossabotagem no Twitter’

Maher não economizou palavras ao falar sobre a atriz Karla Sofía Gascón, que estava no centro das atenções por sua performance em Emilia Pérez e tinha tudo para fazer história ao se tornar a primeira atriz trans a vencer o Oscar. Mas aí, como diria o manual de sobrevivência das celebridades, resolveram desenterrar tweets antigos. E não deu bom.

Os posts, que continham comentários ofensivos sobre muçulmanos e o movimento Black Lives Matter, caíram como uma bomba na temporada de premiações. Apesar do pedido público de desculpas de Gascón, Maher comparou seus tweets a algo que uma “criança pequena” escreveria, e até soltou um alerta básico: “Só não mencione Hitler. Nunca sai bem.” Dica de ouro.

Do favoritismo ao ostracismo: Emilia Pérez e a derrota inesperada

Segundo Maher, Emilia Pérez era o favorito para levar o Oscar de Melhor Filme, mas acabou esbarrando na tempestade causada pelos tweets de Gascón. De repente, o que seria uma noite de glória para o filme se transformou numa vitória tranquila para Anora, que acabou levando as principais categorias, incluindo Melhor Filme, Direção e Roteiro Original. “E é assim que sabemos que a ‘cancel culture’ ainda está viva”, decretou Maher.

Hollywood, que adoraria a ideia de premiar uma atriz trans para marcar a história do Oscar, aparentemente mudou de ideia na última hora, segundo o apresentador. “A comunidade woke achou que foi longe demais”, ironizou Maher. No final, Emilia Pérez ainda levou um prêmio com Zoe Saldaña, que venceu Melhor Atriz Coadjuvante, mas a vitória esmagadora esperada simplesmente evaporou.

Cancelamento ou consequência?

Enquanto Maher vê o episódio como mais um exemplo de ‘cancel culture’, outros argumentam que há uma diferença entre ser cancelado e lidar com as consequências do que se diz publicamente. Afinal, em tempos de redes sociais, qualquer deslize passado pode se tornar o novo pesadelo da temporada de premiações.

Seja qual for o lado da discussão, uma coisa é certa: em Hollywood, às vezes, um tweet pode valer mais do que uma performance impecável. E, pelo visto, o Oscar 2025 não escapou dessa nova regra não escrita da indústria.