No dia 16 de janeiro de 2024, assisti ao pré-lançamento do novo filme da produtora Blumhouse, conhecida por inovar o gênero terror e trazer grandes filmes como “Corra” e a série “Sobrenatural”. “Mergulho Noturno” do diretor Bryce McGuire conta a história do jogador de beisebol Ray Weller (interpretado por Wyatt Russel), que sofre de uma doença degenerativa que o forçou a aposentar-se precocemente. Com o objetivo de melhorar sua saúde e poder voltar aos campos, ele se muda com a família para uma nova casa com uma grande piscina no quintal, que pretende utilizar para realizar tratamentos de hidroterapia.
A história do longa-metragem tinha tudo para construir uma narrativa surpreendente. Ray Weller é um personagem inicialmente carismático e cativante, e sua família é simpática e verossímil. A premissa de uma piscina assombrada por uma entidade maligna também é bastante interessante. No entanto, o caminho seguido pelo diretor se tornou previsível, monótono e com cenas que não espantariam nem uma criança. No início da produção, Ray Weller já começa a apresentar melhoras extraordinárias em sua enfermidade após o uso da piscina. Isso desperta a desconfiança de sua esposa e filhos, que começam a suspeitar da existência de uma presença maligna naquelas águas.
Logo no meio do filme, ele começa a sair dos trilhos e desandar totalmente. Nas poucas vezes que a entidade do mal aparece, não transmite ao espectador nenhuma sensação de medo ou terror – como prometido pelo próprio trailer –, mas apenas um pequeno ar de suspense seguido de um susto que não dura nem dois segundos. A partir deste ponto, já fica evidente que o longa-metragem em si pode ser considerado raso, não sendo recomendado nem para os amantes do gênero terror, nem como um passatempo de final de semana dos fãs de jump scare. O diretor mergulhou tão fundo nos clichês que a história acaba por investir até mesmo no velho “sacrifício”, como parte de seu enredo principal. E, analisando as partes técnicas do longa, os efeitos especiais são falhos e nada inovadores, com espíritos malignos que mais pareciam ter saído de um filme do final dos anos 80 ou mesmo de um curta-metragem amador que utilizou máscaras compradas em uma loja de fantasias de Halloween.
Da mesma forma podemos dizer que a trilha sonora escolhida, mesmo em alguns poucos momentos sendo capaz de criar algum aspecto emocional que nos conectava à cena do filme, acaba se tornando mais um final com as mesmas músicas previsíveis, melodramáticas e já utilizadas anteriormente em outros longas. Por fim, durante seus 95 minutos de duração, concluímos que o ponto alto é a excelente atuação de todo o elenco, que busca a todo momento ofuscar o péssimo roteiro e entregar uma excelente performance em cima desta história fraca e nada assustadora.
“Mergulho Noturno” não apresenta nada novo, surpreendente ou profundo. Na verdade, é um filme que mergulha de forma tão rasa em sua história que não apresenta qualquer surpresa e não funcionaria nem como sessão da tarde da TV aberta. Em suma, o filme mostra a grande necessidade da Blumhouse se reestruturar, retornar às suas raízes e buscar entregar novamente o conteúdo que fez dela um nome de destaque dentro do gênero e do mercado mundial.