Celebrando o ano novo, nada melhor que comemorar o aniversário de 10 anos do lançamento de vários longas marcantes. Selecionamos 24 filmes que completam 10 anos em 2024 para você relembrar ou mesmo assistir mais uma vez, afinal, as melhores histórias nunca perdem a graça, não é mesmo?
Filmes de 2014: Há 10 anos essas produções entraram em cartaz nos cinemas. Você assistiu a todos esses filmes?
Guardiões da Galáxia
Peter Quill (Chris Pratt) só queria roubar o orbe e vender ao comprador que pagasse mais. Ele só foi descobrir que aquela bolinha de metal era muito mais valiosa do que imaginava quando Ronan (Lee Pace) passou a perseguí-lo para recuperar a misteriosa esfera (que se provaria um artefato muito importante em variadas ramificações do universo Marvel). Para fugir de Ronan, Quill é forçado a fazer uma complicada aliança com um quarteto de desajustados — Rocket, um guaxinim atirador, Groot, uma árvore mutante humanoide, a mortal e enigmática Gamora e o vingador Drax, o Destruidor. Mas quando Peter descobre o verdadeiro poder da esfera e o perigo que ela representa para o cosmo, ele deve fazer seu melhor para reunir o grupo para uma última e desesperada resistência — claro, com o destino da galáxia em jogo, como não poderia deixar de ser.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
DIRIGIDO POR ALEJANDRO GONZALEZ IÑÁRRITU, Birdman (Ou a Inesperada Virtude da Ignorância) (Birdman, 2014) é um daqueles filmes que nos fazem apaixonar novamente pelo cinema. A obra nem precisa chegar ao fim para você refletir: “Puta que me pariu! Que filme sensacional, véi!”. Além de um trabalho técnico impecável, especialmente fotografia, direção, atuação e trilha sonora, a produção acerta ao cutucar a ferida de todos aqueles que trabalham com comunicação e entretenimento em geral: a enorme necessidade de ser reconhecido, de ser amado, de ser adorado, de se sentir importante. Ou, se preferirem, Birdman é um filme sobre o ego daqueles que fazem a indústria do cinema funcionar.
Annabelle
Annabelle conta a história de um casal norte-americano dos anos 1960. Após terem os vizinhos assassinados por um casal de lunáticos de uma seita maluca (há uma boa referência ao assassino Charles Manson durante os minutos iniciais, para contextualizar o público), eles se mudam para um apartamento e passam a ser assombrados por uma perigosa entidade demoníaca disposta a roubar a alma de quem der mole.
Lucy
A trama apresenta essa loira fatal com chapéu de cowboy se descobrindo na maior enrascada do mundo. Sequestrada por um ameaçador traficante de uma droga sintética mucho louca (e interpretado por Min-sik Choi, de Oldboy), ela passa por uma cirurgia para carregar um pacote da droga dentro do próprio corpo. Acontece que as coisas dão um pouco errado e o corpo dela tem uma estranha reação em contato com as verdadeiras pílulas azuis da alegria. Lucy começa a “evoluir” e usar todo o potencial do cérebro para chutar traseiros dos vilões e ajudar uma equipe de cientistas liderados por Morgan Freeman.
Tim Maia
Tim Maia era famoso por sua maneira bastante peculiar de lidar com compromissos. Com ele não existia hora marcada. Às vezes, ele sequer se dava ao trabalho de aparecer para os shows. Quando o fazia, era comum reclamar da equalização dos instrumentos e do som. Em comum com o mito, a cinebiografia tem o fato de ter passado por diversos atrasos para o seu lançamento, mas no final das contas fez toda a espera valer a pena. Com direção de Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny) e com Robson Nunes e Babu Santana se dividindo no papel principal, o longa-metragem conquista o público por não investir nas firulas e ser o mais próximo possível do humor e carisma de Tim Maia.
Interestellar
Mais do que criar uma das principais obras cinematográficas de 2014, Christopher Nolan criou um daqueles filmes básicos para se conhecer um gênero. Sem querer entrar na inevitável zona de comparações e cometer equívocos imperdoáveis classificando em ordem de importância, Interestelar garantiu o seu lugar num hall de obras como 2001, Solaris, Contato, Contatos Imediatos de Terceiro Grau, dentre outros clássicos indispensáveis da história da ficção-científica. Ao invés de perdermos tempo erguendo bandeiras e/ou revelando nossos fetiches por determinado diretor, é preferível somar todas essas referências e observar cada uma delas com outro olhar para compreender melhor as homenagens prestadas em Interestelar. Recomendo que todos vejam o filme com os olhos de quem está apenas prestes a embarcar numa jornada espacial, e que ao chegar em casa depois dessa viagem, você certamente terá muito o que refletir sobre sua própria vida, suas escolhas e sua família.
Relatos Selvagens
São sete os pecados capitais, mas apenas um interessa a Damián Szifrón: a ira. O diretor e roteirista argentino escreveu seis histórias que retratam situações em que os personagens são levados a atos extremos conduzidos pela raiva, motivada por várias razões. A costura dessas histórias é o longa Relatos Selvagens, pré-candidato ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro indicado pela Argentina que chega aos cinemas nacionais essa semana. O resultado não poderia ser mais atual, escancarando a estupidez que às vezes pode brotar de um cotidiano estressante ou de uma realidade massacrante.
O Grande Hotel Budapeste
F. Abraham Murray volta a contar suas memórias, como fez em Amadeus, de Milos Forman, mas desta vez ele não interpreta o icônico Antonio Salieri e sim o dono de um hotel que já viveu seus dias de glória num passado recente. Como num enorme flashback, o filme possui um humor leve e divertido, beirando o surreal fruto da imaginação de ambos, interlocutor e receptor da história. Isso sem falar no desbunde visual criado por Wes Anderson, como de costume.
O Espetacular Homem-Aranha 2
ASSIM COMO NO PRIMEIRO FILME DA NOVA FRANQUIA, O INJUSTIÇADO O Espetacular Homem-Aranha (2012), nesta continuação, o diretor Marc Webb comete vários erros, mas acerta em cheio em um importante elemento: o de nos mostrar que, mesmo sendo um super-herói, Peter Parker (Andrew Garfield) é apenas um adolescente, com toda a sua vulnerabilidade e impulsividade típica. Atormentado por descumprir a promessa feita no filme anterior ao Capitão Stacy (Denis Leary) de ficar longe de Gwen, Peter tem que lidar com as idas e vindas de seu relacionamento com a garota, tudo isso enquanto tenta descobrir o passado de seu pai e tem de enfrentar um novo vilão: o carente Electro (Jamie Foxx).
Hoje eu Quero Voltar Sozinho
Leonardo, cego de nascença, encara a percepção sobre as distâncias, os riscos e as dinâmicas de estar só e acompanhado, a partir dos demais sentidos. A ausência de visão tira também seu véu de cinismo. Gabriel descobre-se não só atraído pelo mesmo sexo, como também numa vivência de atenção à diversidade. Não é mostrado o enfrentamento ao preconceito dos mais velhos, mas sim, tão ou mais importante, numa mesma (nova) geração. E, nas entrelinhas ocultas pela cegueira da atração entre os moços, o filme também fala também sobre rejeição, autoestima e o amor incondicional, através da perseverança de Giovana ao lidar com suas frustrações.
Capitão América: O Soldado Invernal
Nessa nova aventura, o Capitão precisa mesmo dos reforços. Após os cataclísmicos eventos em Nova York com Os Vingadores, o novo filme o encontra vivendo tranquilamente em Washington, DC e tentando se ajustar ao mundo moderno. Mas quando um colega da S.H.I.E.L.D. é atacado, Steve se vê preso em uma rede de intrigas que ameaça colocar o mundo em risco. É o tipo de coisa que daria em alguém do outro lado da tela uma baita crise de ansiedade (a là Homem de Ferro 3), e se Chris Evans conseguiu aproveitar bem os momentos de heroísmo do protagonista, também deixou transparecer as dúvidas e incertezas de alguém que já não sabe mais qual seu papel no mundo e em quem confiar.
A Culpa é das Estrelas
A PRIMEIRA COISA A SE DIZER SOBRE A ADAPTAÇÃO DE A CULPA É DAS ESTRELAS é que se trata de uma obra para ser sentida. Ela precisa da sua atenção. Em troca, garanto que você receberá uma história delicada e com um enorme potencial para te fazer se apaixonar pela ideia de estar vivo. Mais ainda, pela ideia de saber que você pode ter vivido uma história com alguém e cativado essa pessoa tanto quanto Hazel e Gus, nossos protagonistas, fizeram um com o outro. As lágrimas podem vir, mas caso não molhem o seu rosto, é garantido que a lição de vida apresentada na obra escrita por John Green permanecerá em sua lembrança por um tempo considerável.
Boyhood
BOYHOOD – DA INFÂNCIA À JUVENTUDE É UM FILME AMBIGUAMENTE DELICADO. Primeiro, porque se trata de sensível trabalho de Richard Linklater – embora isso até possa soar redundante, já que o diretor esbanja doçura e fluidez em quase todos os seus longas anteriores (vá lá, a despeito de algumas irregularidades, como o equivocado-porém-crítico Nação Fast Food). Depois, porque se trata de um filme… ahn… de fato, “delicado” – sobre o qual o olhar da crítica recai com dura dificuldade. Ora, ao mesmo tempo em que o trabalho do diretor é um longo e belíssimo exercício de criação cinematográfica, seu resultado pode soar, por muitas vezes, obsessivo e (sim, sinto afirmar) muito frustrante.
John Wick: De Volta ao Jogo
O grande proveito provocado por De Volta ao Jogo localiza-se unicamente em acompanhar esta jornada de vingança, afinal, mas acompanhá-la ao lado de um personagem crível e funcional torna-a mais divertida. Mais interessante ainda, no entanto, é observar uma característica fundamental deste protagonista, e que, confesso, ainda não fui capaz de definir se distingue-o ou aproxima-o de tantas outras personagens do gênero: John Wick não foi apenas colocado nessas circunstâncias – ele precisava delas.
Praia do Futuro
O filme trata do universo masculino investigando as fragilidades escondidas por trás das buscas por (auto) afirmações, o que justifica o tema do herói que permeia todo o filme. Interessante perceber (e os filmes de Aïnouz sempre exigem um espectador muito atento), que toda a narrativa foi construída de modo a referenciar esse universo, onde não há espaço para fraquezas ou incertezas. A força dos personagens na excepcional filmografia do diretor reside justamente no contrário: na humanidade com que se resgatam, com que trilham suas trajetórias, na imperfeição com que impreendem suas buscas, com que afirmam-se através de um lugar inseguro, arriscado. Aïnouz sempre filma uma fuga cuja destino é incerto e obscuro, mas é um destino, e sobretudo um destino como alternativa.
Garota Exemplar
Se David Fincher havia fracassado miseravelmente em sua tentativa de mudar o tom de suas obras com O Curioso Caso de Benjamin Button (que nas mãos de qualquer outro diretor teria arrancado lágrimas compulsivas dos espectadores mais sensíveis, porém se tornou algo sem vida nas mãos de um diretor que não sabe lidar com sentimentos do bem), em Garota Exemplar ele finalmente consegue entregar a sua ideia de uma obra romântica. Independente do quão doentia seja a relação dos personagens, a verdade é que existe um tipo de amor que não estamos acostumados a ver nas telas de cinema, e um tipo de amor incompreensível. Ouso dizer que se trata mais de obsessão, mas a verdade costuma repousar nos olhos do observador, e não seria prudente afirmar que estou correto a esse respeito. Garota Exemplar é um daqueles filmes que grudam na nossa cabeça por dias, e você ainda não consegue chegar a uma conclusão sobre o que realmente pensar sobre as ações dos personagens retratados. E o mérito vai para a direção brilhante de Fincher.
Divergente
A trama apresenta essa menininha linda, que depois de chegar a uma certa idade (Hello, Harry Potter) precisa decidir se continuará vivendo na sua casa de origem ou tentará viver ao lado de outras pessoas. O problema é que a Beatrice (Shailene Woodley, de Os Descendentes) é uma divergente. Ou seja, ela possui características para se dar bem em todas as casas, mas o governo costuma considerar os divergentes como grandes ameaças e gosta de matar todos para evitar problemas. Depois de optar pela casa Dauntless, a jovem logo se apaixona por 4 (Theo James) e descobre uma vida diferente de tudo que vivera anteriormente. Durante seu treinamento para ser aprovada de verdade na casa, Beatrice descobre que existe um plano perigoso de uma das casas para dar um golpe de estado e instaurar um governo ditatorial.
Boa Sorte
Rodado praticamente todo dentro de uma clínica psiquiátrica e girando em torno de personagens perdidos em meio ao vício de remédios e outras substâncias químicas, distúrbios mentais diversos e transtornos comportamentais e sociais, Boa Sorte está longe de ser um típico “filme de sanatório” na linha de Um Estranho no Ninho, Bicho de Sete Cabeças ou Garota Interrompida; ao contrário disso, o foco da diretora Carolina Jabor está na relação entre seu casal principal, que, alforriados das obrigações sociais que são moeda corrente no mundo “aqui de fora”, estão abertos para mergulhar em uma relação franca e livre de convenções e expectativas – ainda que, em seu caso, o “até que a morte os separe” tenha tudo para chegar cedo demais.
No Limite do Amanhã
NA ESPERADA E RECORTADA MONTAGEM QUE ABRE O SCI-FI NO LIMITE DO AMANHÃ, descobrimos que, em um futuro não muito distante, a sobrevivência da humanidade na Terra encontra-se ameaçada por uma raça alienígena altamente hostil e implacável que, embora lutando em terreno desconhecido, parece ter alcançado uma inesperada vantagem na disputa pelo domínio do planeta. Nesse contexto, o major William Cage (Tom Cruise), relações públicas do exército norte-americano, é forçado a se juntar à Força de Defesa Unificada (FDU) para combater uma colônia alienígena sediada em determinada região da Inglaterra, mesmo não tendo qualquer experiência ou treinamento de campo. Assim, poucos minutos após desembarcar no caótico terreno da batalha, Cage é encoberto pelas vísceras corrosivas de um dos miméticos (nome dado pelos homens aos alienígenas) e sofre uma morte violenta – e, ao invés de vermos os créditos finais surgindo aos 15 minutos de projeção, somos levados de volta à manhã do dia anterior, momento em que o protagonista havia acabado de chegar às instalações militares e várias horas antes de embarcar para o massacre que acabara de testemunhar.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
A obra mistura ação, aventura e sci-fi com temas tradicionais dos exemplares anteriores. O grande trunfo é o clima épico que domina toda a narrativa, mas não podia ser diferente ao mostrar o encontro do elenco original com a nova turma que interpreta os personagens em começo de “carreira mutante”.
O Planeta dos Macacos: O Confronto
O Planeta dos Macacos: O Confronto é um bom filme, sem dúvida. Ele levanta discussões pertinentes sobre a condição humana, os nossos preconceitos e dificuldades sociais. Isso não é o suficiente para sustentar toda a obra, que peca no roteiro previsível e seus diálogos pouco inspirados. Se não fosse pelo carisma de Caesar, a continuação correria o risco de entrar na lista de decepções. Felizmente, os poucos defeitos são incapazes de estragar a diversão garantida proporcionada pela obra de Matt Reeves.
O Abutre
2014 foi definitivamente um ano em que o cinema criticou duramente o jornalismo. Garota Exemplar e o Mercado de Notícias são alguns exemplos. Mas nenhum expôs a ferida tão duramente quanto O Abutre, o Rede de Intrigas pós-moderno. A belíssima atuação de Gyllenhaal nos mostra em sua expressão facial que o ápice de sua satisfação profissional significa também a brusca queda do respeito ao ser humano e ética. E se parece ficção, apenas ligue a tv aberta em qualquer tarde por aí.
Cássia
Cássia é um raro documentário em que o fato de sua protagonista ter falecido há pouco tempo funciona a seu favor. Afinal de contas, a maior parte do seu público ainda tem bem nítida em sua mente a imagem da roqueira rebelde, agressiva, desbocada e “machona” que dominou os programas de TV, clipes da MTV, capas de revista e, claro, paradas de sucesso nas rádios brasileiras no final da década de 90 e início da de 00 – e é justamente por se aproveitar dessa persona pública de sua documentada e virá-la ao avesso, apresentando a mulher doce, companheira e bem humorada que ela era na vida pessoal, que o cineasta Paulo Henrique Fontenelle (dos igualmente magníficos Loki: Arnaldo Baptista e Dossiê Jango) cria uma obra bela e tocante como esta.
Sniper Americano
Sniper Americano retrata a vida do atirador Chris Kyle, um homem que serviu ao seu país eliminando mais de 160 homens do exército inimigo – incluindo mulheres e crianças. A guerra não é bonita e Sniper Americano trabalha com as consequências disso na cabeça dos envolvidos. Não chega a ser tão agressivo e cru quanto Corações de Ferro, com Brad Pitt, mas a visão mais leve em nada prejudica a qualidade do filme, que pode ser considerado como um momento de reconciliação de Eastwood com o cinema depois de tantos trabalhos de qualidade duvidosa.
Godzilla
Estrelado por Aaron Taylor-Johnson (Kick-ass) e Elizabeth Olsen (Oldboy e A Casa Silenciosa), a trama apresenta um cientista (Bryan Cranston) que descobre que algo muito errado está acontecendo. Seus temores se confirmam quando um monstro gigante surge e começa a destruir tudo ao seu redor e deixando um caminho de destruição do Japão até os Estados Unidos. A única solução é ajoelhar e rezar por uma criatura mitológica de milhares de anos reaparecer e salvar o mundo.