Review Dungeons & Dragons: Uma campanha de D&D que precisávamos

Criar uma campanha de RPG nem sempre exige uma trama complexa. Em sua essência, é necessário construir uma narrativa envolvente com personagens carismáticos em um mundo vivo que respire uma atmosfera leve, permitindo que uma aventura fantástica se desenrole. Considerando os diretores do filme, John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein, como mestres de uma mesa de D&D, podemos afirmar que fomos agraciados como jogadores dessa campanha.

Sem a necessidade de aprofundar-se em críticas sociais ou complexidades no roteiro, o filme apresenta de maneira competente o básico que muitas vezes falta nas produções cinematográficas. É uma aventura fantástica que transporta o espectador para um mundo imaginário, mantendo-o entretido do início ao fim.

Para os fãs de RPG, a trama se torna ainda mais cativante. Os protagonistas, apesar de clichês, são bem aplicados, sendo difícil não se identificar com pelo menos um deles. Os coadjuvantes, além de cativantes, são introduzidos e retirados da história nos momentos certos. É possível perceber quando um “dado foi rolado” e os “resultados dos testes”, variando do plausível para o inacreditável, recriando a dinâmica de uma sessão de RPG.

As soluções encontradas para os problemas enfrentados pelos personagens são criativas na maioria das vezes, e mesmo as exceções são toleráveis devido à estrutura bem construída da história, que nos faz aceitar os eventos milagrosos ao não se levar demasiadamente a sério. Isso se aplica também às cenas de ação, que são coreografadas e dirigidas de forma excelente, proporcionando uma alegoria visual envolvente capaz de tirar o fôlego.

Em resumo, Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes nos faz recordar os bons tempos de Sessão da Tarde, quando, ainda crianças, nos sentávamos no sofá após o almoço para assistir A História Sem Fim (1984) ou Os Goonies (1985), aguardando o dia terminar. Em uma analogia às jogatinas de D&D, John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein lançaram um D20 em um teste de perícia, e o resultado foi um 20 natural, ou seja, um sucesso crítico.