Embora Boogeyman não tenha conquistado um lugar no meu top 10 de melhores filmes de terror de 2023, é crucial reconhecer o extraordinário trabalho realizado por todos os envolvidos nessa produção.A dinâmica familiar entre os três atores principais é notável, com destaque para o talento fenomenal de Vivian Lyra Blair, que revela um potencial impressionante em sua atuação encantadora. Antecipo com entusiasmo o acompanhamento de sua carreira, torcendo para que ela evite as armadilhas trágicas frequentemente associadas ao estrelato infantil.
O roteiro, elegantemente construído, utiliza símbolos visuais e narrativos de maneira coesa em cada cena para explorar a questão central: o que acontece quando não expressamos nossa dor e trauma? Desde a utilização da luz e da escuridão, representando o expresso versus o reprimido, até a constante invalidação das realidades dos mais jovens por parte dos personagens mais velhos, cada cena oferece novas perspectivas sobre a influência corruptora do trauma não expresso.
Apesar de ser menos estilizado em comparação ao estilo característico do diretor, a execução impecável das ideias poderia facilmente levar alguém a pensar que se trata de um filme de Darren Aronofsky.
É lamentável que muitas pessoas que poderiam se beneficiar dessas experiências narrativas simbólicas não assistam a filmes de terror fantásticos lançados nos últimos anos. Obras como “Smile”, a trilogia recente de Halloween de DGG, e até mesmo “Scream VI”, em menor grau, oferecem uma reflexão profunda e pessoalmente catártica. Infelizmente, essas histórias muitas vezes não são apreciadas em toda a sua profundidade e valor, seja por falta de interesse ou pela incapacidade de mergulhar adequadamente em sua complexidade.
De qualquer forma, sou grato pela existência de filmes como este, e daqui para frente estarei atento ao trabalho de Rob Savage, que assumiu a rara responsabilidade de dirigir e ser diretor de fotografia desta obra visualmente complexa.