Os filmes A Fantástica Fábrica de Chocolate de 1971, dirigido por Mel Stuart, e sua adaptação mais recente, A Fantástica Fábrica de Chocolate de 2005, dirigida por Tim Burton, marcaram diferentes gerações. Uma das razões disso é o personagem Willy Wonka, um brilhante inventor e doceiro, conhecido por seu jeito excêntrico de se comportar e vestir, por seu passado misterioso e também por ser muito carismático.
Dessa forma, era uma questão de tempo para que os estúdios investissem em um projeto focado no personagem. Assim, o filme Wonka (2023) é dirigido por Paul King (de As Aventuras de Paddington, 2014) e traz o ator Timothée Chalamet (Duna, 2021) no papel principal. Nessa história, que funciona como uma prequel dos anteriores, acompanhamos a jornada de Willy antes dele abrir sua famosa loja de chocolates.
Nesse sentido, ele ainda é um jovem pobre e sem condições, mas cheio de talentos enquanto busca alcançar seu sonho. Outras qualidades que definem Wonka são sua ingenuidade e generosidade, que acabam servindo como fio condutor para que ele caia em armadilhas dos vários vilões do filme. Contudo, ele também fará muitos aliados importantes, como a órfã Noodle, interpretada pela atriz Calah Lane (This Is Us, 2021). Os dois formam uma grande amizade, e Noodle decide ajudar Willy a conseguir seu objetivo de abrir uma grande fábrica de chocolates na cidade.
Ademais, Wonka (2023), assim como os filmes anteriores, também é um musical. Dessa forma, podemos analisar as habilidades de canto e dança do elenco. Timothée se sai bem durante todo o longa e consegue segurar diversos atos sozinho. Os números musicais são bem executados, embora tenha sentido falta de uma canção marcante. A música dos Oompa Loompas, que é uma das mais famosas da franquia, continua sendo um grande destaque quando é tocada.
Por falar em Oompa Loompas, em Wonka (2023), temos a introdução desse notável e popular personagem. Aqui, é explicado que os Oompa Loompas vivem em uma ilha distante no Oceano Pacífico, onde Wonka conseguiu as sementes de cacau preciosas para fazer seu chocolate. Um deles é interpretado por Hugh Grant (de Um Lugar Chamado Notting Hill, 1999), que se torna a melhor parte da história. Grant simplesmente rouba as cenas. Todas as vezes que ele aparece, é uma grande satisfação assistir. Uma pena que os momentos de interação entre Wonka e o Oompa Loompa são tão poucos e o filme desperdiça o potencial da dupla.
É importante pontuar que, além de ser uma premissa, Wonka (2023) também abre caminho para uma sequência no futuro. Nesse sentido, o roteiro enfatiza as aventuras de Willy antes da abertura da Fábrica de Chocolates. Por isso, essa decisão criativa pode frustrar alguns fãs da franquia que esperavam ver algo similar aos longas anteriores. De fato, há uma percepção de que há mais histórias para contar em ocasiões posteriores. Ainda assim, Wonka (2023) é um filme divertido e agradável para o público alvo. É uma opção familiar e possui a mesma sensação de filmes natalinos de final de ano.
Estreia nos cinemas brasileiros em 7 de dezembro.