Estamos apenas no terceiro episódio da temporada final de The Leftovers, mas eu estou triste pela série nunca ter se tornado um sucesso de público. Isso significou o seu final prematuro, embora isso também possa ter uma grande importância na qualidade de todos esses três episódios até agora desse derradeiro ano 3.
A criação de Damon Lindelof já nos presenteou com diversos episódios marcantes, e tenho certeza que “Crazy Whitefella Thinking” faz parte dos melhores momentos de toda a história da série. É absolutamente incrível como a narrativa passa por uma série de desventuras engraçadas até chegar numa conclusão capaz de deixar os nossos olhos marejados.
Com uma atuação memorável de Scott Glenn, o episódio narra as aventuras do Kevin pai na Austrália. Acompanhado de uma fita k7 com uma gravação antiga do filho, Kevin pai passa por várias situações loucas. Destaque para o arrepiante monólogo na cia de um ancião detentor de uma melodia secreta.
A conversa toda é surreal e nos faz questionar se Kevin pai não é louco. São histórias causadas sob efeito de drogas alucinógenas, busca da fé e de um propósito. Kevin pai diz que estava tentando falar com Deus, mas não conseguiu (uma nota especial: durante sua chegada na Austrália, Kevin pai falou com o seu filho. Será que isso não é uma pista que Kevin filho pode mesmo ser o grande salvador?) e seguiu em frente na sua luta por respostas.
“Crazy Whitefella Thinking” já estava na minha lista de episódios favoritos antes mesmo dos seus brilhantes momentos finais, quando o roteiro se conecta à misteriosa mulher que assassina um policial chamado Kevin. A personagem Grace protagoniza outro monólogo, ainda mais forte que o de Kevin pai, e fala sobre a sua jornada pessoal desde a perda da família naquele dia misterioso em que parte da população da Terra desapareceu.
Kevin pai sempre foi um personagem misterioso e que recebeu pouca atenção da série. Estava mais que na hora de receber um episódio inteiramente dedicado para a sua “loucura”, ainda que muita gente esperava por algo que mostrasse o seu passado. De qualquer forma, às vezes temos a surpresa de receber algo melhor do que o esperado. Como escrevi logo acima, que pena que a série está prestes a acabar. Porém, me sinto um sortudo por conhecer a existência de algo tão profundo quanto The Leftovers.
Que série da porra!