Em determinada cena da continuação do excelente Pânico, os jovens personagens discutem sobre a qualidade das sequências de certos filmes. A maioria concorda que, excluindo O Império Contra-Ataca, Exterminador do Futuro 2 e o Poderoso Chefão 2, todas as sequências eram inferiores. Pânico 2 não foge da regra e é apenas mais um filme de terror norte-americano. O trio de atores volta e ganha o reforço de Liev Schreiber (que no filme anterior só apareceu em uma cena) como o inocente suspeito de ter matado a mãe de Sidney (Neve Campbell) em eventos mostrados antes do filme original. Courteney Cox é novamente a reporter Gale Wheaters e David Arquette retoma o atrapalhado Dewey.
Como normalmente acontece na franquia, e aqui deixo as minhas suspeitas de que Pânico 4 vai começar mostrando a morte de algum desses três nomes acima, o filme começa com as mortes mais elaboradas e depois cai na mesmice imbecil que todo mundo está cansado de assistir em filmes parecidos. Jada Pinkett Smith interpreta a vítima da vez, uma estudante que só queria ver o filme novo da Julia Roberts e acaba sendo convencida pelo namorado a assistirem a pré-estreia de A Punhalada. Sim, Pânico 2 tenta empregar um pouco do recurso de metalinguagem quando cria um filme dentro do filme. Felizmente isso não é explorado e os personagens “reais” podem morrer em paz nas mãos da nova dupla de assassinos (Pânico é fiel às próprias regras). Logo depois da morte da estudante, Sidney (Campbell) descobre que está tudo acontecendo novamente e ela nem mesmo sabe se pode superar seus traumas e confiar no novo namorado.
Pânico 2 tenta ser melhor que o original, mas não consegue. Seu único mérito é evitar momentos desnecessários com o assassino e ter um pouco mais de cuidado com o roteiro e seus diálogos, que ainda assim são extremamente voltados para o público adolescente. O desfecho conta com uma surpreendente revelação e deixa o caminho aberto para a terceira parte da trilogia.
São 2 caipirinhas no Buteco.