Fúria de Titãs

A primeira palavra para descrever Fúria de Titãs é que se trata de uma produção tosca. Muito tosca. Acaba que isso não soa como um problema, pois a produção teve que se desdobrar em criar uma história boa o bastante para que os péssimos efeitos especiais da época ficassem em segundo plano. Infelizmente eu sou grosseiro demais para conseguir reconhecer o mérito de criar um Kraken no começo da década de 80, quando nem mesmo George Lucas tinha encontrado a “força” na tecnologia. A sorte é que a história de Perseu agrada bastante. Soa como uma distração humilde nesses tempos em que os efeitos especiais são os principais atrativos dos filmes. O próprio Fúria de Titãs acabou de ganhar um remake na telona, usando o lucrativo esquema 3D, e que em breve terá seu espaço garantido nas linhas do Cinema de Buteco.
O filme conta a história de Perseu, um dos filhos mortais do grande Zeus, que precisa salvar a vida da princesa Andromeda e de toda a população da cidade. Usando e abusando de mitos clássicos como a Medusa, o Pegaso, Poseidon e vários outros, o principal trunfo esta na forma em que o espectador é sugado para o fantástico universo da mitologia grega. Os amantes de história devem se deliciar (e provavelmente se revoltar) com as aparições e citações de eventos. As atuações, claro, estão longe de agradar aos mais exigentes. Maggie Smith e Laurence Olivier são as exceções e dão um show, assim como a corujinha robótica.
Se tivesse sido lançado antes de 1977, George Lucas teria que se explicar muito sobre as semelhanças entre R2-D2 e a coruja mecânica que emite sons bizarros que só Perseu consegue entender. Fúria de Titãs é uma demonstração do poder que a mitologia grega tem em encantar e despertar a curiosidade do público. Além, claro, de inspirar milhares de outras histórias como He-Man e o próprio Star Wars. Aguardo ansiosamente pelo remake e cruzo os dedos para não me decepcionar…
Quatro caipirinhassszss!!!