Robin Hood


O principe dos ladrões é uma figura famosa e que inspira histórias no cinema, literatura e até mesmo nas hq’s. A editora DC Comics (a mesma do Batman) copiou descaradamente a história e visual do bem feitor mais querido da Inglaterra para compor o Arqueiro Verde. Dizem inclusive que em uma de suas primeiras “aventuras”, o arqueiro foi fantasiado de Robin Hood numa festa e deteve um perigoso bandido que resolveu aparecer para estragar tudo. Já no cinema, como não podia deixar de ser o tema principal do post, acabamos premiados com boas histórias e outras que soam mais românticas, como a estrelada pelo galã Kevin Costner no começo da década de 90.

Quando Ridley Scott anunciou sua intenção de refilmar a lenda de Robin Hood, poucos ousariam dizer outro nome que não o de Russel Crowe para o papel principal. Até porque, dificilmente outro ator conseguiria captar melhor a essência do roteiro desenvolvido pela equipe de Scott. Aliás o roteiro foi motivo de problemas durante os vários anos em que o projeto esteve nas gavetas do estúdio. Em uma das versões, Robin Hood seria o vilão e Russel Crowe interpretaria dois papéis: o do defensor dos pobres e oprimidos (qualquer semelhança com o Chapolin é mera coincidência) e do xerife de Nottingham. O resultado final é digno de outros clássicos da dupla, como o épico Gladiador, que aparece como uma constante sombra no novo filme. Infelizmente não chega a ser uma lembrança tão positiva, já que em certos momentos Robin Hood soa como uma continuação das aventuras de Maximus.

A única coisa que não se pode negar, é que as várias sequências de batalhas chamam muita atenção. Não chegam a superar a minha favorita da história do cinema (em Senhor dos Anéis: As Duas Torres), mas não deixam de agradar. Ridley Scott conseguiu criar personagens carismáticos e que conquistassem rapidamente o público. Até mesmo o vilão interpretado por Mark Strong agrada. Logo nas primeiras aparições já criamos uma antipatia típica que só os melhores vilões conseguem atiçar. Já os amigos do herói são diversão garantida para o público que busca se distrair. Para os fãs de Lost será uma surpresa conferir a atuação do gigante Kevin “Keamy” Durand como Little John. Não é surpresa elogiar a participação da deliciosa (e já não tão nova assim) Cate Blanchett em um filme. Mesmo que seu papel em Robin Hood não exija demais do seu talento, ela rouba a cena com uma mulher forte e independente. O único problema ficou por conta do roteiro que insistiu em transformar a personagem numa guerreira e ainda por cima, forçou um “eu te amo” entre ela e o Robin Hood. Foi feio.
Vale a pena reparar na batalha final do filme, em como a cena lembra o dia D na segunda guerra mundial. Quem já viu O Resgate do Soldado Ryan pode perceber como Ridley Scott resolveu “homenagear” o mestre Steven Spielberg e realizou uma cena tensa, mas que passa longe da dramaticidade que Spielberg conseguiu em seu filme. Scott é mais um diretor especializado em criar personagens fortes e que servem para espelhar a vontade do público masculino em mostrar sua força e virilidade em boas doses de porrada e gritos de guerra. Para ilustrar o que estou dizendo, sem ter que recorrer ao Gladiador, basta lembrar da cena em que Robin Hood é quase esmagado por duas embarcações e emerge com um grande e furioso grito de raiva.
Longe de ser um filme ruim, mas que tem uma história bobinha, Robin Hood vai conseguir agradar a boa parte de seu público. Inclusive aqueles que ainda conservam a imagem de Kevin Costner como o arqueiro. No final do filme, Robin dispara uma flecha bem no estilo que consagrou a carreira de Costner e transformou Robin Hood em fenômeno pop e que encantou milhares de pessoas mundo afora. Talvez esse novo filme não consiga repetir o sucesso do anterior, mas certamente, nunca se viu um Robin Hood tão violento como o que Ridley Scott e Russel Crowe apresentam. Como sei que a maioria do público do Cinema de Buteco se amarra numa baixaria, tenho certeza de que o novo Robin Hood vai agradar a todos.
São quatro caipirinhas. (duas só por conta do Russel Crowe e da Cate Blanchett)

Ficha Técnica:
Robin Hood (2010)
Dirigido: Ridley Scott
Roteiro: Brian Helgeland
Genêro: Ação
Elenco:
Russel Crowe