JÁ ESTÁ EM CARTAZ NOS CINEMAS BRASILEIROS O REMAKE DE CAÇA-FANTASMAS. Ainda estamos devendo a nossa crítica, mas Tullio Dias convidou a Patrícia Torres e o Alex Gonçalves para comentarem cinco motivos que tornam essa releitura de um dos grandes clássicos do cinema dos anos 1980 em algo tão especial. Aprecie sem moderação:
Fucking girl power, dude
Acredite se quiser, mas o novo Caça-Fantasmas enfrentou muitas críticas de um público conservador/idiota que não aceitava ver os seus clássicos de infância recebendo um remake apenas com protagonistas femininas. Nem precisamos comentar o quanto dizer que não gostou do filme por esse motivo é uma coisa rasa, para não dizer estúpida…
Independente de quem está lá, o fato é que temos uma história engraçada e muito bem contada sobre reconquistar amizades, mostrar a sua força, superar desafios e, acima de tudo, combater fantasmas usando um instrumento de poder outrora usado apenas por homens.
Essas garotas novas são da pesada e não deixam nada a desejar em relação aos protagonistas do original (óbvio, que Bill Murray é o Bill Murray, mas são estilos e propostas diferentes!).
Paul Feig
Desde Missão: Madrinha de Casamento, o cineasta Paul Feig vem se destacando como um dos nomes mais respeitáveis da comédia moderna no cinema. Caça-Fantasmas não é o seu trabalho mais hilário, mas é extremamente engraçado e acerta ao priorizar o desenvolvimento da sua narrativa. Isso deixa as piadas em segundo plano, como nos detalhes da dinâmica entre as personagens e os seus conflitos para capturarem os fantasmas. Se você gosta de rir no cinema (ou em casa), Paul Feig é um nome a ser acompanhado. Risadas garantidas!
Efeitos visuais
Paul Feig já havia lidado discretamente com efeitos visuais ao coordenar algumas sequências de ação em As Bem-Armadas e A Espiã que Sabia de Menos. No entanto, em Caça-Fantasmas a coisa muda de figura, pois estamos aqui no campo do fantástico. Faz-se necessária a intervenção constante da computação gráfica para dar vida às almas penadas que irão assombrar Nova York. Para isso, foi contratado o supervisor de efeitos visuais Peter G. Travers, craque por trás de Guardiões da Galáxia e Watchmen: O Filme. Fazia tempo que não se via em um blockbuster a tecnologia sendo utilizada com um viés artístico, pois “Caça-Fantasmas” é visualmente deslumbrante. Não apenas pela mescla que faz com as cores primárias, como também ao dar forma a um perigo que inclui o ressurgimento do famoso Homem-Marshmallow da versão original de Ivan Reitman. Para ser prestigiado no melhor cinema de sua cidade. (Alex Gonçalves)
Geleia
Um dos meus personagens favoritos da franquia é esse fantasma verde e gosmento conhecido como Geleia (Slimer, no original). Nesse remake de Caça-Fantasmas, Geleia aparece inesperadamente durante a conclusão e, como não podia deixar de ser, arruma uma grande confusão e tem uma participação importante na solução do problema. Detalhes para o show de efeitos especiais do fantasma.
Kate Mckinnon (Holtzmann) & Leslie Jones (Patty)
Seria uma ironia que as melhores personagens do filme não sejam as duas teóricas protagonistas? Seria Closer novamente? De qualquer forma, a questão é que Melissa McCarthy (de quem morro de preguiça, sorry para os fãs) fica bem bege no filme, dando espaço em seu humor forçado para quem realmente brilha no filme: Patty e Holtzmann. Kristen Wigg tem seu lugar, claro, mas a dinâmica das duas é o que realmente faz o filme ascender. Holtzmann é uma cientista com ar de psicótica, trazendo uma vibe de chaotic evil estilo Harley Quinn (Suicide Squad) com seus olhos sempre esbugalhados. A sensação é que ela sempre vai fazer alguma coisa louca, levando toda a caça aos fantasmas como um dos esportes mais divertidos de sua vida. Por outro lado, Patty (que trabalhava no metrô antes de se juntar às caça-fantasmas) não tem o lado mad scientist, mas tem em sua simplicidade e coragem (além da alta auto-estima e humor cativantes) algo que nos faz ansear pela sua próxima cena. Bra-vo. (Path Torres)