Vampiros de John Carpenter

Quando vi Vampiros de John Carpenter pela primeira vez, nos cinemas em 1998, não cheguei a me dar conta de como o personagem de James Woods é tosco. Imaginem um sujeito de jaqueta de couro, óculos escuro e jeans apertadinho dizendo que é um exterminador de vampiros. Pior ainda é imaginar que esse prototipo de Chuck Norris com José Mayer tenta ser cafajeste e sensual AO MESMO TEMPO. Não rola. É feio demais. A situação se agrava com o linguajar agressivo e pose de bad boy. James Woods só foi se recuperar do trauma depois de participar de As Virgens Suicidas e mesmo assim, o personagem Jack Crow deixou marcas eternas no currículo do ator.

O filme foi dirigido por John Carpenter, um sujeito que merece respeito por ter criado a franquia Halloween em 1978 com Jamie Lee Curtis gritando horrores pela vizinhança. Fez alguns filmes bons (entre eles o excelente A Beira da Loucura) e vários outros bizonhos como Fantasmas de Marte. Mas como disse, ele tem crédito por ter dado vida ao assassino Michael Myers, e como diretor conceituado no gênero, Carpenter não poderia deixar de ter o seu próprio filme sobre vampiros. Resolveu adaptar um livro escrito por John Steakley e pronto. Lá estava pronto a sua própria história com dentuços viciados em sangue com direito a um cowboy from hell no papel de herói.

Vampiros de John Carpenter é tosco. Temos um grupo de caçadores de vampiros exterminando um covil. Logo na sequência inicial (que só é chique para quem não tem noção do que é ridiculo) já temos uma amostra do que as próximas duas horas reservam. Se você achava que o Blade era escrotinho, espere para conhecer Jack Crow: eles são os irmãos perdidos da famíla do Van Helsing. Depois de matar os coitados dos vampiros que descansavam durante um dia quente, a equipe de Jack Crow é exterminada por um vampiro forte e vingador (oe oe oe). Com toda a equipe morta, Jack só pode contar com uma prostituta e seu parceiro sobrevivente para ir matar o vampiro malvadão que está procurando desesperadamente uma forma de conseguir andar durante a luz do dia.

Quem assiste True Blood pode ter reparado que o vampiro morde a virilha da prostituta. Na série é explicado que o sangue é mais gostoso naquela região. Mas é apenas uma observação xiita para fãs mesmo, porque Vampiros de John Carpenter não tem absolutamente nada de interessante e não é digno nem de fazer parte da grade da sessão da tarde. Aliás, isso não deve mesmo já que existe UMA cena de nudez parcial: o parceiro de Jack Crow não é bobo e resolveu tirar a roupa da prostituta e amarra-la na cama de bunda pra cima. Espertinho.

Duas mordidas. Na virilha. Quer dizer, se você for mulher, né?

 

Ficha Técnica:
Vampiros de John Carpenter
(Vampire$, 1998)
Dirigido:
John Carpenter
Roteiro: Don Jakoby
Genêro:
Aventura
Elenco:
James Woods

Trailer