Em maio postei uma breve resenha sobre o excelente O Grande Truque de Christopher Nolan. Entre as besteiras proferidas estava a minha preferência por O Ilusionista e hoje insisto na comparação entre as duas produções. Irei evitar mencionar a beleza estonteante da maravilhosa Scarlet Johansson (quem me conhece apenas pelo blog deve ter uma péssima imagem de quem eu sou. não duvidaria se me pintassem como um adolescente de 16 anos, com óculos, barriguinha e braço direito definido…) e de Jessica Biel. Irei evitar igualmente comentários sobre o quanto aprecio os atores dos dois filmes, especialmente Edward Norton e Paul Giamatti. Mas posso tocar no tema da mágica.
Em O Ilusionista (dirigido e roteirizado por Neil Burger), o personagem de Edward Norton é mágico desde sua infância na cidade de Viena. Após um encontro com um estranho mágico, o jovem passa a praticar o dia inteiro e acaba conseguindo a atenção de uma bela duquesa. A clássica paixão proibida entre quem tem dinheiro e quem lambe o asfalto não poderia ter um desfecho diferente e o promissor mágico foge por 15 anos. Quando retorna para Viena, reencontra sua antiga paixão e descobre que ela está prestes a se casar com um principe arrogante.
Se em O Ilusionista o roteiro não quis estragar os segredos das mágicas, o mesmo não acontece em O Grande Truque. Lá existe uma concorrência acirrada entre dois mágicos em busca do melhor e mais rentável truque. Neil Burger preferiu manter o suspense e deixar a imaginação do público desvendar os mecanismos secretos das “mágicas” de Edward. Outra diferença é que não existe um conflito tenso entre os personagens no filme de Burger. Paul Giamatti interpreta um policial que quer fazer justiça, mas ao mesmo tempo tem a ambição de ganhar um cargo importante quando o principe for o rei. Em momento algum ele desafia Edward ou causa algum desconforto no telespectador. Pode-se dizer que existe uma completa ausência de conflito, que por sinal sobra entre Hugh Jackman e Christian Bale em O Grande Truque (verdade seja dita, o roteiro que os irmãos Nolan escreveram é totalmente dependente do embate entre os dois atores. não fosse a inspiração da dupla, esse seria um dos filmes mais fracos de Christopher Nolan). Nem por isso o longa perde seu brilho. Aliás o único ponto que se pode criticar é no final, quando descobrimos, em partes, o segredo do grande truque de Edward. Forçado?
São três caipirinhas.
Ficha Técnica:
O Ilusionista (The Prestige, 2006)
Dirigido: Neil Burger
Roteiro: Neil Burger
Genêro: Suspense
Elenco: Edward Norton, Jessica Biel e Paul Giamatti
Trailer