Apenas o Fim é o atual retrato da juventude, do seu irmão, do seu amigo, daquela menina que você conheceu na comunidade do Los Hermanos e de todo mundo que sabe o que é Jovem Nerd, barba grande e um ‘romantismo blasé’ no ar.
A empreitada é o básico do básico, o simples e eficaz. É impressionante a sinceridade em forma de improvisação de um roteiro praticamente livre, escrito pelo também diretor Matheus Souza. Às vezes, o cinema mundial se esquece que essa simplicidade se torna muito mais interessante que um filme de alguns milhões de dólares. Os seis mil reais gastos, a edição no ponto perfeito, e as participações especiais do impagável Marcelo Adnet dá um frescor a mais no filme, que é dotado de nomes com um futuro certo no cinema brasileiro.
A fotografia, feita na natureza da PUC, a posição da câmera e a atuação dos atores principais Érika Mader e Gregório Duviver, são outro destaque a esse monstro cinematográfico de 1 hora e meia de duração. A história é fácil: Um jovem apaixonado tem uma hora para tentar convencer a sua namorada a não sumir da vida dele. Simples. E desse desenrolo, se formam as falas improvisadas, onde dominam o filme e o tornam mais humano, mais igual a mim ou você, e onde você ri com a ternura de um casal que se ama, mas é tão indeciso e orgulhoso quanto a sociedade atual. Os flashbacks e conversas com amigos e ex-namoradas são um caso a parte na película, além da lavação de roupa suja ser um momento de afeto entre a sinceridade e o desespero.
Se você não viu esse filme, assista. Pois a industria cinematográfica brasileira precisa dessa sinceridade e simplicidade que vimos aqui. Um dicionário para os pais de família entenderem seus jovens tão mudados e um alívio para todos nós, pois sabemos que não somos tão diferentes assim, quanto o que qualquer música que o Los Hermanos nos faz cantar. Pois é.