A coluna Histórias de Cinema é uma visita ao passado com os nossos escritores relembrando como foi a experiência de assistir a determinadas obras. Caso você queira participar, veja como no final do texto!
Sabe quando o silêncio no cinema é rompido por soluços de choro? Pois é isso o que aconteceu ao assistir a Menina de Ouro, de Clint Eastwood (o diretor que mais admiro). Até aí tudo bem, afinal quem já não vivenciou uma situação dessas? A diferença é que a senhora rompendo o silêncio era EU! Que vergonha!
Fui assisti-lo sem muita pretensão, pois ainda tinha aquela imagem de Eastwood como Dirty Harry na minha cabeça, e que grata surpresa descobrir que o brucutu da Magnum 66 tinha se transformado num velhinho simpático e sensível.
O fato é que a história da obstinada garçonete Maggie, interpretada com a força de uma lutadora por Hilary Swank, que aposta todas suas fichas numa possível carreira de boxeadora com a ajuda do ex-pugilista e treinador Frankie, personificado por Clint, me pegou de jeito!
Foi tão sofrido acompanhar a vida daquelas pessoas solitárias, entristecidas, embrutecidas pela rudeza da vida, mas que nem por isso perderam sua sensibilidade. É tocante ver a relação paternal que surge entre treinador e aluna, um elo que acontece tão naturalmente que encanta pela sutileza.
Para mim essa obra é perfeita, irretocável, e tem apenas uma ressalva: o final triste. Torci tanto para que a nossa brava guerreira Maggie lutasse até o fim, porém o peso foi muito grande até mesmo para ela. Então só pude lamentar a sua perda como se fosse a de um ente querido.
Pois é, filme bom é assim mesmo: a gente deseja a felicidade dos personagens esquecendo de que é tudo ficção. Essa é a magia do cinema, essa é a mágica de Menina de Ouro, que ainda me faz torcer por um final feliz. Bem que podia, né!?
A coluna Histórias de Cinema é colaborativa e o espaço está aberto para os nossos leitores. Caso você tenha alguma história legal relacionada com algum filme, envie para contato@cinemadebuteco.com com o assunto “Histórias de Cinema”.
Edições antigas
#1- Batman – O Retorno, por Tullio Dias
#2- Batman Eternamente, por Lucas Paio
#3- A Época da Inocência, por Juliana Uemoto