O filme mais preconceituoso jamais feito sobre o preconceito. Há quem diga que Sacha Baron Cohen não conseguiu repetir o exito de Borat, mas nunca um filme tocou tão fundo na ferida do preconceito, seja ele racial ou contra a opção sexual do indivíduo. O personagem Brüno (com trema) choca não apenas por dizer querer ser o segundo austríaco mais famoso do mundo (o primeiro seria Adolf Hitler), mas também pelas suas formas de enxergar os mexicanos, os afroamericanos, os religiosos e claro, os homossexuais. Se Borat havia causado imenso rebuliço por conta da espontaneidade ácida de seu personagem principal, Brüno certamente irá causar ataques cardíacos nos mais conservadores.
Brüno conta a história de um apresentador de um programa de moda austríaco que cai em desgraça e decide tentar a sorte nos EUA, novamente o palco das peripécias do humorista Sacha Baron Cohen. Decidido a ficar über famoso, ele tenta contratar um assessor e participa de vários programas de tv. Depois que percebe que o problema dele não conseguir ser famoso está em sua opção sexual, Brüno decide se converter e virar o autêntico hetero mais gay que o mundo já viu. Lógico que não dá muito certo.
Recheado de citações discretas como a chocante e (por que não) pesada “mais uma vez na história, um austríaco quis fazer algo diferente pela humanidade e foi mal interpretado”, o filme não pensa duas vezes em mostrar um pinto balançando freneticamente durante uma cena. Certamente os homofobicos de plantão ficaram irados com a cena. E a intenção do filme é realmente a de reafirmar todos os preconceitos que a classe gay sofre e como a sociedade é hipócrita ao ponto de conseguir achar graça (ou não) da realidade em que vivemos. Uma excelente opção de comédia über politicamente incorreta.