Crítica: O Assassino em Mim (2010)

The Killer Inside Me PosterCASEY AFFLECK É UM ATOR VERSÁTIL E CAPAZ DE TRANSFORMAR QUALQUER OBRA. Ele possui essa expressão de calma e conforto, e isso apenas torna o choque ainda maior no público que se depara com o thriller O Assassino em Mim (The Killer Inside Me, 2010), de Michael Winterbottom.

O Assassino em Mim conta a história de um policial na década de 1950, que após se envolver com uma prostituta, encontra uma maneira de se vingar de um ricaço da cidade. Demonstrando uma surpreendente frieza, o agente da lei se revela como uma pessoa perigosa e capaz de qualquer coisa para garantir seus interesses.

Lou Ford (Casey Affleck) é um autêntico psicopata e chama a atenção a maneira fria com que planeja cada uma das suas ações. Com uma atuação perfeita, o protagonista chega a dar calafrios nos espectadores com a sua crueldade e falta de emoção enquanto ataca as suas vítimas, na maioria das vezes pessoas próximas.

No elenco também temos Kate Hudson (que possui uma estranha semelhança com Alba), Bill Pullman, Elias Koteas e Simon Baker. Cada um deles funcionando muito bem em seus personagens, especialmente no caso de Pullman, que mesmo com pouco tempo em cena, torna seus minutos preciosos e fundamentais para a conclusão.

Me senti um tanto incomodado com a cena em que Lou soca a cara de Joyce (Jessica Alba) várias vezes seguidas e a câmera permanece estática, nos obrigando a fazer parte daquela agressão. É uma sensação que lembra a tortura dos escravos em 12 Anos de Escravidão ou a sádica (e famosa) sequência de estupro em Irreversível. Lou agride tanto a amante que deixa o rosto dela desfigurado, aumentando o nosso incômodo. Ele repete as agressões, mas de maneira menos intensa, durante os eventos que levam para a conclusão da narrativa.

Indicado para cinéfilos com estômago forte e apaixonados por thrillers, O Assassino em Mim é uma obra imperdível para quem gosta da temática de filmes com psicopatas. Ainda que esteja longe de se destacar nesse hall de criminosos com problemas psicológicos, o longa-metragem possui um grande trunfo na sua frieza. Isso apenas nos faz sentir mais medo e ver toda a trama como algo próximo de nossa realidade.