O Cinema de Buteco adverte: o texto a seguir possui spoilers e deverá ser apreciado com moderação. Cuidado também com possíveis spoilers nos comentários!
No último capítulo de The Walking Dead deixei explícita a minha frustração com a falta de coragem dos produtores e já duvidava que determinados acontecimentos das HQ’s seriam vistos na televisão. Isso me lembrou o show do Muse em São Paulo no ano passado, quando acreditei que eles haviam tirado determinada música do repertório e comecei a reclamar (e xingar muito no Twitter, aliás, me segue lá no @2t_dias) só para descobrir que eles tinham apenas trocado a ordem. Para resumir, um autêntico caso de ejaculação precoce.
No retorno da série para a etapa final da temporada não faltou emoção, incluindo o meu desejo atendido. Da introdução com Daryl usando uma bazuca e explodindo os inimigos ameaçadores (e isso certamente terá um preço muito alto) até a desastrosa expedição de Rick; da tentativa de salvar a vida de Carl até a prova de que a união faz a força. The Walking Dead sabe muito bem como ganhar o seu público. E parece que os produtores se esforçam para cada recomeço ser ainda melhor do que qualquer outro da série.
Com um filtro mais escuro que o comum e até com a impressão de ser um pouco granulado, não há como não ver as cenas envolvendo o grupo de Rick como um sonho que se tornou um grande pesadelo. Não acompanho as HQ’s para saber se foi impressionante também para os leitores, mas dá para dizer que foi uma sequência brutal. O coitado do Sam abriu a matraca (e a grande culpada de sua morte é a Carol, que numa oportunidade tratou de traumatizar o moleque) e causou a própria morte e a da mãe Jessie, que morre com uma expressão de resignação tremenda. Mas a parte tensa realmente é quando Ron pega a arma e aponta para Rick antes de ser morto por Michone e fazer um disparo que atinge o rosto de Carlinhos. Podem conferir pela imagem abaixo como é na HQ e a diferença para a versão da televisão. No original, Carlinhos perde metade do rosto.
Essa sequência inteira é de tirar o fôlego. Lamentei profundamente ter conhecimento de todos esses spoilers antes da hora, assim como já sei que a brincadeira dos produtores com as sete vidas de Glenn tem hora para acabar. O choque seria semelhante ao “Red Wedding”, em Game of Thrones. Inclusive, parece até que o roteiro de “No Way Out” foi escrito pelo próprio George Martin.
Falando no roteiro, é interessante observar que a ideia de Daryl para queimar todos os zumbis é diretamente influenciada do contato que ele teve no episódio seis, quando descobre que um grande grupo de Walkers foi morto numa floresta. Claro que a explosão e o barulho atrairão a atenção de um grupo raivoso que busca vingança pela morte de seus companheiros…
Legal demais o trabalho de montagem da cena em que todos os personagens aparecem golpeando os zumbis em cortes rápidos e que vão trocando de um a um repetidamente. Pode parecer meio brega, mas estamos falando da maior novela da televisão norte-americana na atualidade. Esperava o que?