(Nick and Norah’s Infinite Playlist) De Peter Sollet. Com: Michael Cera, Kat Dennings, Aaron Yoo, Rafi Gavron, Ary Graynor, Alexis Dziena, Jonathan B. Wright.
Todas as comédias românticas bobinhas deveriam ser como Nick And Norah’s Infinite Playlist. Mesmo seguindo aquele mesmo esquema básico de filmes do gênero (menina se apaixona por menino e os dois passam por poucas e boas até ficarem juntos finalmente, e isso não é spoiller quando se trata desse tipo de filme!), ainda consegue ser original pelos seguintes aspectos:
1º: Norah (Kat Dennings) a menina em questão não é a Uggly Betty da escola, mas também não é a Juno, ou seja: garota normal que não é a feia que ninguém quer, nem a cool que não quer ninguém. Sua melhor amiga Caroline (Ary Graynor) é uma bêbada que só se mete em trapalhadas loucas. Admira o tal menino simplesmente por seus gostos musicais, já que a princípio não o conhece, apenas ouve as coletâneas que ele faz para tentar reconquistar sua ex-namorada Tris (Alexis Dziena) que nem chega a ouvi-las, pois as joga no lixo mais próximo, de onde Norah não exita em pegá-las.
2º: Nick (Michael Cera, o Tom Hanks do futuro), embora seja o protagonista da história não exibe músculos de um jogador de futebol, pois na verdade não os tem. Mas também não é o nerd que é um poço de inteligência. Seus melhores amigos Thom e Dev (Aaron Yo e Rafi Gavron) são os caras da sua banda sem batera (não muito conhecida inclusive) que por sinal são gays. A maior preocupação dos dois é fazer com que seu melhor amigo esqueça a ex, e para isso acham a substituta ideal, a tal menina chamada Norah.
3º: Nada é previsível. Tudo acontece numa noite onde todos procuram por um coelho chamado Fluffy, ou melhor por uma banda chamada Where’s Fluffy (cujo símbolo é um coelho) e que toca em lugares da cidade que ninguém sabe com antecedência ao certo. É quase um pequeno Road Movie, sendo que toda essa turma faz várias paradas em lugares inusitados, o que garante uma dinâmica à história que dá o tom certo ao filme (que vale dizer foi adaptado de um livro).
4º: Assim como os personagens não são nada convencionais, as interpretações também não o são: nada é excessivo, e tudo soa bem natural assim como as atitudes dos personagens, bem mais palpáveis do que na maioria dos filmes do tipo (a boazuda corre atrás do mocinho, e a mocinha sabe bem o que quer, sem falar nos personagens secundários bem mais divertidos que de costume).
5º: A trilha é caprichada (e não poderia deixar de ser, por um filme que tem o bom gosto do casal principal como um dos motes) e tem Devendra ex-Natalie Portman Banhart (que faz uma ponta rápida até), We are Scientists, Vampire Weekend, The Cure, entre outras bandas legais.
E é sempre bom fugir um pouco daqueles filmes que se obrigam a ser super legais e cabeça. Filmes despretenciosos e bem feitos fazem bem! Sim: Nick And Norah’s Infinite Playlist é o filme mais cute (“fofo” superaria todo o elenco gay do filme) que eu já vi nos últimos tempos. E altamente recomendável. E não se assuste se a tradução em português pro nome for “Uma noite de amor e música”. Coisas bregas andam muito em alta ultimamente.