Sons de Buteco: Segredos de Sangue

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Segredos de Sangue, título genérico para Stoker, é a primeira experiência de Park Chan-wook no cinema norte-americano. O cineasta coreano é mais conhecido pelo violento (e fodástico) Oldboy, uma produção indispensável para quem aprecia a temática “vingança”. Até Quentin Tarantino teve que pagar a cerveja do cara depois dessa. O seu trabalho mais recente é estrelado por Mia Wasikowska (Os Infratores), Nicole Kidman (Moulin Rouge) e Matthew Goode (Watchmen e Direito de Amar). Como o João Andrade ficou de mandar uma crítica completa (a qual estou ansioso para ler) do longa-metragem, irei tecer poucos comentários e logo partir para o que interessa, que no caso são as músicas.

O roteiro de Wentworth Miller (o Michael, da série Prison Break) cria uma expectativa em relação ao que seriam os tais “segredos” do título. Em determinado momento, acreditamos que India Stoker (Wasikowska) possui algumas habilidades sobrenaturais e que, especialmente pela falsa dica do título, o seu tio é uma espécie de vampiro ou demônio. No entanto, por uma aparente confusão entre o roteiro e as opções estéticas do diretor, em momento algum temos alguma explicação para o perigoso magnetismo sexual do personagem de Goode, e descobrimos que a única coisa anormal na trama é o lado psicológico completamente distorcido de seus personagens.

Mesmo com esse “probleminha” pessoal com a obra apreciei Segredos de Sangue, que se garante pela eficiência de seu trio principal e pela direção de Park Chan-wook. Provavelmente agradará ao público que gosta de histórias que mais parecem um interminável pesadelo gótico.

A trilha sonora original de Segredos de Sangue é do compositor Clint Mansell, parceiro de Darren Aronofsky (Cisne Negro) em todos os seus projetos, e um dos compositores mais talentosos em atividade atualmente. As músicas criadas para o filme são delicadas, e quase não chamam a atenção, mas são importantes para toda a atmosfera tensa e de suspense que o diretor quis inserir na obra.

“Duet” – Philip Glass

India toca a música no piano em diversas cenas, mas a mais marcante é quando faz um dueto com seu tio Charlie (Goode) e tem um orgasmo sexual-musical. Arrepiante. Philip Glass é o compositor da trilha do nacional Nosso Lar e recebeu três indicações ao Oscar (Kundun, As Horas e Notas Sobre um Escândalo)

“Becomes the Color” – Emily Wells

A canção mais legal do filme estava presente em boa parte da criativa campanha de divulgação, mas só “dá as caras” durante os créditos da produção. Uma pena.

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