O Cinema de Buteco orgulhosamente apresenta os 30 melhores filmes de animação dos anos 2000.
A ANIMAÇÃO É UMA DAS FORMAS DE ARTE mais fascinantes e diversas que existem. Muito mais do que “desenhos para crianças”, suas diversas técnicas permitem contar histórias de drama, comédia, romance, aventura, guerra, fantasia e muito mais – e não é à toa que vários títulos da nossa lista de melhores animações dos anos 2000 acabaram entrando também nas nossas listas de gêneros. Entre belos animes japoneses, obras-primas da Pixar e longas menos conhecidos, mas igualmente ótimos, a década passada foi um presente para os fãs de animação, e aqui estão os seus melhores exemplos.
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Curiosidades:
– Foram citados 44 longas pelos 15 participantes.
– Embora a computação gráfica tenha sido amplamente utilizada nas animações dos anos 2000, dos 30 primeiros colocados da nossa lista, 12 foram animados tradicionalmente, contra 11 por computador.
– Também tivemos 5 stop-motions, 1 motion-capture e 1 rotoscopia.
– A Pixar foi o estúdio com o maior número de filmes na nossa lista. Dos 7 longas lançados pela Pixar nos anos 2000, apenas Carros não entrou no top 30.
(Textos por Alex Gonçalves, Fernanda Minucci, Larissa Padron, Leonardo Carnelos, Leonardo Lopes, Lucas Paio, Natália Ranhel, Path Tôrres, Raissa Lazarek e Tullio Dias)
30- Os Simpsons: O Filme (The Simpsons Movie, David Silverman, 2007)
“Porco-Aranha, Porco-Aranha!” Em 2007, após 18 anos aprontando confusões semanalmente na TV, Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie enfim aportaram nas telonas com um longa que brinca com as diferenças de formato entre cinema e televisão e faz jus à série que a inspirou.
29- A Nova Onda do Imperador (The Emperor’s New Groove, Mark Dindal, 2000)
“Uma animação que não teve a atenção que merecia e simplesmente uma das melhores comédias da Disney. A dublagem em português ficou com o magnífico Selton Melo, que dá toda uma personalidade esnobe, crítica e divertida ao metidinho príncipe Kuzco. A história se desenrola quando o imperador decide desapropriar todos os moradores de uma montanha para construir seu próprio parque aquático. Como se não bastasse a cidade inteira desejar ver o imperador debaixo de 7 palmos, sua conselheira magricela Yzma (aqui, senhora Marieta Severo) também quer pôr um fim ao reinado de Kuzco, visando, claro, a coroa para si. Quando seu plano fracassa e acaba transformando o imperador em lhama, Kuzco precisa lutar para sobreviver e reverter a situação, enquanto Izma e Kronk, seu tolo ajudante (que parece fazer rosquinhas deliciosas), tentam encontrá-lo para concluir seu plano. Por acaso, é uma das únicas animações que quebram a 4ª parede, em interações super divertidas de Selton, opa, Kuzco, com o público.” (Path Tôrres)
28- As Bicicletas de Belleville (Les Triplettes de Belleville, Sylvain Chomet, 2003)
“Avó passa a treinar o neto para o Tour de France ao perceber a aptidão do garoto para pedalar. A história mescla muito bem um humor leve, drama e suspense. Os traços dos personagens parecem caricatos ao mesmo tempo que o desenho no todo parece uma arte. A falta de falas é compensada por uma trilha sonora maravilhosa que ficará marcada na sua cabeça por semanas.” (Natália Ranhel)
27- Coraline e o Mundo Secreto (Coraline, Henry Selick, 2009)
“A personagem principal desta animação acabou de se mudar para uma casa nova e, como uma criança comum, está entediada. Ela “encontra” uma porta secreta em um cômodo de sua casa que a leva para um outro mundo, aparentemente igual ao mundo em que vive, mas muito melhor. Tudo parece ótimo, mas Coraline percebe que algo está errado e sua família está estranha. A história de Neil Gaiman é cheia de metáforas e atrativos visuais admiráveis.” (Raissa Lazarek)
26- Irmão Urso (Brother Bear, Aaron Blaise & Robert Walker, 2003)
A Disney não teve, nos anos 2000, nem sombra do sucesso que obteve nos anos 1990 com obras como A Bela e a Fera, Aladdin e O Rei Leão. Irmão Urso foi uma das últimas animações tradicionais, em 2D, que o estúdio lançou antes de tomar a decisão estúpida de lançar apenas filmes animados por computador (o que John Lasseter, ao assumir as rédeas da Disney, rápida e sabiamente desfez), e é sempre lembrado com carinho pelos fãs.
25- Happy Feet – O Pinguim (Happy Feet, George Miller, 2006)
“Mais do que um filme para toda a família, Happy Feet é um musical encantador, trazendo hinos românticos contagiantes como “Somebody To Love”, “Kiss”, “Heartbreak Hotel” e “My Way” nas vozes de Elijah Wood, Brittany Murphy, Robin Williams, Nicole Kidman e Hugh Jackman. Os passos de dança dos pinguins, obtidos com o uso de sensores em dançarinos profissionais, confere um caráter realista à técnica animada.” (Alex Gonçalves)
24- O Castelo Animado (Hauru no ugoku shiro, Hayao Miyazaki, 2004)
O mestre Miyazaki nos presenteia mais uma vez com uma fantasia belissimamente ilustrada, misturando emoção, ação e humor como poucos sabem fazer.
23- O Expresso Polar (The Polar Express, Robert Zemeckis, 2004)
“O filme conta com a atuação de Tom Hanks (interpretando cinco personagens) e passa uma mensagem simples, mas muito bonita, sobre o Natal. O personagem principal da história até então não acreditava na magia que o Natal poderia ter. A partir disso, o filme se desenrola harmoniosamente com diversos fatores importantes postos à prova. Este é um longa emocionante e conveniente, daqueles que nos fazem querer assisti-lo mais de uma vez.” (Raissa Lazarek)
22- Cinco Centímetros Por Segundo (Byôsoku 5 senchimêtoru, Makoto Shinkai, 2007)
Dividido em três capítulos interligados, este anime segue o relacionamento do jovem Takaki Tono com sua melhor amiga Akari, numa história tocante que atravessa quase duas décadas de encontros, desencontros, amizade e amor.
21- Shrek 2 (Andrew Adamson, Conrad Vernon & Kelly Asbury, 2004)
A segunda aventura do ogro verde segue a fórmula bem-sucedida do original, com o Burro Falante de Eddie Murphy roubando a cena mais uma vez, o novato Gato de Botas arrebatando corações e mais um monte de piadas inspiradas que parodiam contos de fadas e filmes famosos.
20- Lilo & Stitch (Dean DeBlois & Chris Sanders, 2002)
Havaí, alienígenas e Elvis Presley. Essa salada improvável faz desta simpática animação da Disney uma bem-vinda alternativa aos contos de fadas e princesas do estúdio.
19- Tokyo Godfathers (Satoshi Kon & Shôgo Furuya, 2003)
Mais uma animação belíssima de Satoshi Kon (que nos deixou cedo demais em 2010, aos 46 anos), Tokyo Godfathers é uma história natalina pouco convencional sobre três moradores de rua que encontram um bebê abandonado.
18- A Fuga das Galinhas (Chicken Run, Peter Lord & Nick Park, 2000)
O primeiro longa da Aardman, estúdio inglês famoso por suas animações em stop-motion muito bem feitas e superdivertidas, A Fuga das Galinhas é uma aventura galinácea que não deve nada aos mehores “filmes de escapada” feitos com humanos.
17- A Era do Gelo (Ice Age, Chris Wedge & Carlos Saldanha, 2002)
Lançado no começo dos anos 2000, o primeiro filme da franquia A Era do Gelo ainda não foi superado. Ao nos apresentar tantos personagens carismáticos, Carlos Saldanha criou um verdadeiro clássico da animação.
16- A Noiva Cadáver (Corpse Bride, Tim Burton & Mike Johnson, 2005)
“O filme trata de um jovem de família rica prestes a se casar com uma moça de uma família falida. Um mal-entendido ocorre quando o jovem repete seus votos sozinho na floresta à noite e a Noiva Cadáver aparece. O que ela quer, obviamente, é se casar. Típico de Burton, o filme possui um ar super melancólico, é cheio de personagens singulares e uma história que nos prende de tal maneira que tudo o que queremos é que a Noiva Cadáver se dê bem, e bom… se case com alguém. Destaque para os bonecos perfeitíssimos e a atmosfera maravilhosa própria do diretor.” (Raissa Larazek)
15- O Fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox, Wes Anderson, 2009)
“A convicção artística de Wes Anderson encaixa-se perfeitamente entre a inocência e a coragem de aventurar-se tipicamente infantis e o misto de melancolia e frustração notadamente adulto. É notável como estes sentimentos encaixam-se com perfeição nos conceitos da animação – e quando o diretor decidiu arriscar-se em uma, não deixou nada a desejar.” (Leonardo Lopes)
14- Kung Fu Panda (Mark Osborne & John Stevenson, 2008)
Com as vozes de Jack Black, Dustin Hoffman, Angelina Jolie, Seth Rogen e Jackie Chan, essa animação sobre um urso panda gordo, preguiçoso e desajeitado que descobre ser o escolhido de uma antiga profecia é uma surpreendente (e inesperada) produção sobre vencer obstáculos para buscar a superação.
13- Valsa com Bashir (Vals Im Bashir, Ari Folman, 2008)
Imaginem uma mistura de filme de guerra com pitadas de drama e em forma de documentário. Depois transportem toda a ação para uma animação nos mesmos moldes de Persepólis. Valsa com Bashir aborda temas delicados como o pós-trauma de uma guerra e foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário.
12- Paprika (Papurika, Satoshi Kon, 2006)
Se você gostou de A Origem, precisa urgentemente assistir a Paprika, uma animação japonesa fantástica que certamente serviu de inspiração para Christopher Nolan. (Leonardo Carnelos)
11- Shrek (Andrew Adamson & Vicky Jenson, 2001)
Estreia do ogro mais famoso do cinema e um dos melhores longas animados da Dreamworks, o primeiro Shrek reinventou os contos de fadas da Disney com muita zoeira e escatologia, e ainda teve a audácia de tirar da Pixar o primeiro Oscar de Melhor Longa de Animação de todos os tempos.
10- Mary e Max: Uma Amizade Diferente (Mary and Max, Adam Elliot, 2009)
Esta bela animação australiana em stop-motion é uma história tocante sobre a amizade de longa-distância entre Mary, uma garotinha tímida e sem amigos, e Max, um nova-iorquino de meia-idade que sofre da síndrome de Asperger e é repleto de idiossincrasias. Passou meio batido nos cinemas, mas foi gradual e merecidamente ganhando fãs nos anos seguintes.
9- Waking Life (Richard Linklater, 2001)
“A primeira animação de Linklater é também o primeiro longa feito inteiramente em rotoscopia, técnica que consiste em animar por cima de uma filmagem. Inovador como sempre, o filme credita nada menos do que 32 animadores, o que faz com o traço vá mudando a cada cena. Mais uma vez, técnica combina perfeitamente com o tema: o onírico. Linklater nos lembra que estar acordado não consiste em responder perguntas, mas em questionar.” (Larissa Padron)
8- Ratatouille (Brad Bird, 2007)
Um rato numa jornada incomum: tornar-se chef de cozinha em Paris. Só pela sinopse, a aventura de Remy já valeria a pena, mas nesta primeira leva de animações do estúdio Pixar o subtexto de temática mais adulta surpreende, e Ratatouille nos mostra a importância de construir algo ao invés de viver às custas das obras dos outros. Um filme para todas as idades.
7- Os Incríveis (The Incredibles, Brad Bird, 2004)
“Todos adoram super-heróis. Eles são fortes, rápidos, têm poderes sensacionais, enfim, são incríveis! Porém, como eles ganham dinheiro? Para aqueles que não têm um império (como nosso querido Bruce Wayne), quando chega a hora de pagar a conta, fica claro que ser super não significa ter a vida ganha. A fofíssima animação Os Incríveis mostra a movimentada vida cotidiana de um casal de super-heróis e seus 3 filhos. As tarefas de casa, os problemas no trabalho e os conflitos na escola são chatices rotinas dos quais ninguém é poupado, mesmo tendo poderes cósmicos fenomenais (sdds Aladdin <3). Claro que fica mais fácil limpar a casa se seus braços forem elásticos, ou ir para o trabalho voando quando o trânsito está ruim. De qualquer forma, a história dessa familiazinha “comum” esquenta quando um vilão aparece na cidade, exigindo que os aposentados super-heróis voltem à ativa. Com ajuda de Edna, uma estilista que se tornou uma das personagens secundárias favoritas da Pixar, eles se preparam para partir para uma missão em família, levando até mesmo o bebê, cujos poderes ainda não foram descobertos. Com diálogos memoráveis, boas sequências de ação e cenas hilárias, não tem como não curtir essa animação simpática – e familiar – da Pixar.” (Path Tôrres)
6- Procurando Nemo (Finding Nemo, Andrew Stanton & Lee Unkrich, 2003)
“Após evento extremamente traumático, pai superproteror precisa resgatar filho portador de necessidades especiais com a ajuda de uma mulher que sofre de perda de memória recente. Tudo isso na imensidão do fundo do mar. Se o conflito exterior do protagonista assusta, o conflito interior ameniza o clima do filme como um perfeito alívio cômico: um peixe palhaço que não sabe contar piadas. Procurando Nemo aborda tantos assuntos relevantes e de forma tão sensível e delicada em meio à grande jornada que tem seu lugar garantido entre as melhores aventuras da década.”
5- Up – Altas Aventuras (Up, Pete Docter & Bob Peterson, 2009)
A jornada do herói prega que antes de fazer o retorno para casa com os louros da vitória, o protagonista precisa arder nas sete camadas do inferno. E é pra lá que o espectador vai, junto com o Sr. Frederiksson, logo nos primeiros minutos do filme, nesta que é uma das mais ousadas e bem executadas sequências de abertura de uma animação.
4- Persépolis (Persepolis, Vincent Paronnaud & Marjane Satrapi, 2007)
“Versão pra telona do HQ que conta a vida de Marjane, uma garota que cresceu durante a criação da República Islâmica no Irã. A arte é linda, completamente diferente dos desenhos da Disney e Pixar que costumamos ver. Como a história é contada da visão de alguém de dentro do país, também é uma ótima forma de quebrar paradigmas e preconceitos.” (Natália Ranhel)
3- Monstros S.A. (Monsters, Inc., Pete Docter, 2001)
“Essa animação, que ganhou uma prequel (desculpem gente, não consigo levar o termo prequela a sério ainda) recentemente, conta uma história de quebrar tabus. Todas as crianças (bom, grande parte), têm medo de alguma coisa. Do bicho-papão, do lobo mau, de fantasmas, enfim, temem algo que desconhecem. Monstros no armário e embaixo da cama são alguns dos temores comuns aos pequenos. Porém, nunca foi pensado no outro lado: o lado dos monstros. Monstros S.A. mostra nada mais nada menos que uma fábrica de energia, na qual a energia é acumulada a partir dos gritos das crianças. Então, por mais estranho que pareça, quando um monstro assusta uma criança, ele só está tentando fazer o seu trabalho e ganhar o seu pão de cada dia. Bizarro, não? A história dá uma guinada quando uma menininha acaba atravessando o portal para o mundo dos monstros (os portais são as portas de seus armários) e encontra Mike e Sully, uma dupla de amigos que são recordistas em sustos na fábrica. Para tornar tudo ainda mais estranho, os monstros têm medo das crianças, por acreditarem que os humanos são potenciais transmissores de doenças. O tema delicado, a saída do lugar-comum e os personagens riquíssimos fazem dessa uma das animações mais memoráveis da Pixar, e com certeza uma fonte infindável de gargalhadas.” (Path Tôrres)
2- Wall-E (Andrew Stanton, 2008)
“Ai, Pixar. Wall-E é um filme tão sensível, tão rico e tão simples, que quebrou muitas daqueles paradigmas de que “animações são para crianças”, “desenhos são bobos” e toda aquela baboseira que se ouve por aí. A história pós-apocalíptica conta a vida pacata de um robô compactador de lixo, que desenvolveu uma humanidade tão grande que passa seus dias buscando colecionáveis no lixão, e suas noites ouvindo música em sua humilde residência. Mas tudo muda quando ele conhece outro robô que vasculha a terra em busca de sinais de vida e acaba encontrando um broto de uma plantinha. Uma animação maravilhosa, praticamente sem falas, que mostra muito sobre desperdício e sobre nosso estilo de vida condenável, comodista e inconsequente.” (Path Tôrres)
1- A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no kamikakushi, Hayao Miyazaki, 2001)
A obra-prima de Hayao Miyazaki é tão doce e profunda quanto assustadora. Dragões, monstros, deuses, sapos falantes e bruxas-corvo, tem de tudo nesse filme: você só tem que escolher de qual gostará mais. A riqueza de detalhes e cores, a movimentação dos personagens e a grandiosidade da produção são de babar. É um estilo diferente das consagradas animações comerciais que vemos no cinema. O Japão tem seu próprio ritmo, e Miyazaki é o maior de todos os maestros.
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